Operação abafa para salvar o Renan
Precisamos criar um comando 3C - Comando de Caça a Corrupto, pois o fim da corrupção na política e na administração pública somente será alcançado quando nós cidadãos começarmos a agir pessoalmente, ou em movimentos coletivos, contra os vagabundos. Temos que ir atrás deles, descobrir onde esconderam o dinheiro e pegar tudo de volta, incluindo juros e correção monetária. Os corruptos jamais acabarão com a corrupção. Esperar que isso aconteça é uma estupidez.
Vejam o caso do Renan: o corporativismo da corrupção vai tentar abafar tudo. Se isso ocorrer só há uma coisa a fazer: partir com tudo pra cima do Senado e dos Senadores. O povo é idiota, mas não tanto e o abuso destes vagabundos está ultrapassando todos os limites.
Senador conta com oposicionistas para se salvar
Segundo cálculos de Renan, alguns senadores do DEM e do PSDB votariam por absolvê-lo
Expedito Filho e Marcelo de Moraes
Brasília - Uma operação-abafa, envolvendo número expressivo dos senadores oposicionistas, vem sendo articulada para salvar o mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB-AL). Investigado por supostamente permitir que a empreiteira Mendes Júnior pagasse despesas pessoais, Renan já contabiliza a seu favor não apenas votos da base governista. Pelo menos sete senadores do DEM e alguns tucanos estariam dispostos a votar por sua absolvição.
O próprio Renan confidenciou a aliados que já tem o número de votos necessários para evitar a cassação em plenário. A lista de senadores do DEM que estariam dispostos a não cassar Renan inclui Romeu Tuma (SP), Edison Lobão (MA), Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA), César Borges (BA), Heráclito Fortes (PI), Adelmir Santana (DF) e Maria do Carmo Alves (SE).
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), chegou a ser advertido por colegas de partido pelo excesso de cordialidade demonstrada a favor do presidente do Senado e também é apontado como um provável voto pró-Renan.
Um dos primeiros a perceber o movimento foi o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), que estranhou a mudança de comportamento de tucanos, em reunião da Mesa Diretora, que acabou absolvendo Gim Argello (PTB-DF). “O PSDB mudou o comportamento e agora deve apoiar Renan”, revelou Viana a um amigo.
Entre os tucanos, o movimento contra a cassação teria sido detonado por ordem de um governador do partido. Como a votação que definirá o destino de Renan será pelo voto secreto, senadores tucanos dão declarações públicas pela cassação, mas nos bastidores já teriam se comprometido a socorrê-lo. “Isso é mentira. O PSDB votará pela cassação”, garante o senador Tasso Jereissati (CE), presidente do partido.
Por ironia, a maior preocupação de Renan é com o PMDB, onde quatro senadores estão dispostos a não apoiá-lo. Pelo menos três sonham em ocupar seu posto. Nesse grupo estariam os senadores Jarbas Vasconcelos (PE), Gerson Camata (ES) e Mão Santa (PI). Sem a mesma ambição, Pedro Simon (RS) votaria pela cassação.
Essas defecções seriam neutralizadas pelo apoio expressivo dos oposicionistas. As contas e promessas veladas de votos estão até aqui protegidas por um sigilo quase de alcova. E é com a força desse silêncio que o presidente do Senado pretende se manter no posto.
Ontem, os aliados de Renan comemoraram também o resultado do laudo oficial da Polícia Federal, entregue aos três relatores que analisam seu caso no Conselho de Ética. Para o grupo de Renan, o laudo sustentaria que ele não cometeu nenhuma fraude, desvio de recursos ou falsificação de documentos. No máximo, abriria lacunas para alguma explicação. Segundo seus aliados, com esse laudo, senadores que querem absolver Renan teriam argumentos para sustentar suas posições.
Sobre o empréstimo feito a Renan pela locadora de automóveis de seu primo, Tito Uchôa, revelado pelo laudo, seu aliado, Waldir Raupp (RO), líder do PMDB no Senado, diz que não significa problema. “Foi um empréstimo normal.”
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