quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Mistérios do novo livro do polêmico Dan Brown
Bloqueio criativo o impede de concluir obra sobre a maçonaria
Ele escreveu O Código Da Vinci, que se tornou um dos maiores best-sellers da história. Como bis, Dan Brown está oferecendo um novo mistério literário, mas não o que seus fãs esperavam - que raios aconteceu com seu próximo livro? Quase cinco anos se passaram desde que o relato épico de Brown sobre segredos e artimanhas no Vaticano alcançou o topo da lista de best-sellers em todo o mundo, rendendo a seu autor estimados 125 milhões de libras (U$ 248 milhões).

Conversas sobre uma continuação começaram a surgir em 2004, quando a editora americana de Brown insinuou que um novo livro apareceria no ano seguinte. Desde então, Brown tem revelado que está trabalhando numa história sobre a influência da maçonaria em Washington D.C. em meados do século 19.

Robert Langdon, o aventureiro-erudito que foi interpretado por Tom Hanks no filme O Código da Vinci de 2006 deve retornar no novo romance que recebeu o título provisório de The Solomon Key (A Chave de Salomão). 'Pela primeira vez, Langdon se verá envolvido num mistério em solo americano', escreveu Brown em seu site no ano passado. Desde então, o silêncio foi quase total da parte de Brown, seu agente e seus editores sobre quando o livro poderia sair. 'Ele ainda não está programado', confirmou Alison Barrow da Transworld, a editora britânica de Brown. A editora americana de Brown, Doubleday, provocou uma nova onda de especulações na semana passada ao sugerir que Brown tinha 'uma data de lançamento muito precisa' em mente.

'Quando o livro for publicado, os leitores saberão o porquê', declarou Stephen Rubin, da Doubleday, ao The Wall Street Journal. A espera está sendo longa e frustrante para um livro que muitos editores dos dois lados do Atlântico esperam que preencha o vazio deixado por J.K. Rowling e o fim da série Harry Potter. Brown foi o escritor mais bem-sucedido na Grã-Bretanha em 2006, onde as receitas do Código e de três livros anteriores renderam 11,5 milhões de libras (U$ 23 milhões), segundo a Nielsen BookScan. Contudo, o inevitável desaquecimento das vendas de um livro com pelo menos 80 milhões de exemplares impressos reduziu a receita britânica de Brown no ano passado a 1,3 milhão de libras (U$ 2,5 milhões).

A falta de um sucessor para o que os editores chamaram de Da Vinci Lode ('Veio Da Vinci') provocou especulações de que Brown estaria sofrendo de bloqueio criativo ou teria encontrado problemas em sua pesquisa da maçonaria. 'Há exemplos famosos de autores que tiveram problemas com a continuação de um sucesso', observou John Sutherland, professor de literatura inglesa moderna no University College London e crítico do Sunday Times. Sutherland citou Margaret Mitchell, que não publicou mais nada após escrever ...E o Vento Levou, e J.D. Salinger, que após O Apanhador no Campo de Centeio produziu alguns contos e mais nada após 1965. Thomas Harris, autor dos romances policiais sobre Hannibal Lecter, precisou de 11 anos para produzir uma continuação para O Silêncio dos Inocentes.

Tem havido visões esporádicas de Brown realizando pesquisa sobre maçonaria e especulações na web de que ele está planejando fazer com os maçons o que O Código Da Vinci fez com a Opus Dei, a seita secreta do Vaticano. Akram Elias, grão-mestre da loja maçônica de Washington, disse em 2007 que Brown teve um contato com eles. 'Depois sumiu. Estamos esperando pelo seu livro, mas ninguém sabe o que ele vai dizer.' Na semana passada, Barrow insistiu em dizer que 'não era incomum' um autor ser lento no lançamento de um livro. Ela observou que Brown tivera muitas distrações, incluindo o caso judicial de plágio que ele venceu na Grã-Bretanha em 2006. Ela também esteve envolvido no filme do Código e numa versão cinematográfica a sair de Angels and Demons (Anjos e Demônios), um livro anterior.

'No que nos diz respeito, ele está trabalhando numa continuação e ela será publicada e nós a publicaremos', disse Barrow. 'Nunca há uma cláusula da editora estipulando que o romancista tem de entregar num certo tempo.' Circulam especulações de que a data-chave para o novo livro de Brown possa ser 4 de julho. Além de ser o feriado do dia da independência nacional dos EUA, foi em 4 de julho de 1848 que um grupo de maçons - entre eles o presidente George Washington - lançou a pedra fundamental do Monumento de Washington, o obelisco de 166,5 metros de altura que se ergue diante do edifício do Lincoln Memorial, do outro lado da rua da Casa Branca.

Brown disse numa petição legal em sua defesa da acusação de plágio que considerava escrever 'muito parecido com tocar um instrumento musical; requer prática constante e aperfeiçoamento da habilidade'. Pessoas do meio editorial conjecturaram na semana passada que ele pode estar obcecado para evitar os erros factuais que foram descobertos em O Código Da Vinci, ou que pode ter ficado embrenhado num esforço inútil para evitar uma crítica generalizada de que ele não é um escritor muito bom. 'Ou talvez o Vaticano possa ter enviado um esquadrão da morte', observou Sutherland.

TRADUÇÃO DE CELSO MAURO PACIORNIK
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A questão da responsabilidade maçônica
A questão da responsabilidade maçônica não pode ser tratada de modo simplista e sem base no fundamento filosófico.

Para entender melhor a questão vamos deixar as especulações de lado, procedendo a uma análise daquilo que constitui o visível: o corporativismo maçônico.

O corporativismo maçônico é algo real e notório, ainda que isto não esteja explicitado na legislação maçônica; portanto em nada adianta dissimular a questão na tentativa de minimizá-la. Um outro dia alguém disse que é perfeitamente possível conhecer a árvore através de seus frutos, em resposta a um maçom pouco preparado para combater o anti-maçonismo, e que dizia ser impossível conhecer a maçonaria sem ser maçom. E num trocadilho bem humorado argumentou-se que não era necessário se tornar uma maçã para conhecer a macieira.

Argumentar que o corporativismo é algo generalizado é algo válido, mas não invalida a existência do corporativismo maçônico, apenas destaca o fato de este não ser uma exclusividade da maçonaria, mas meu pai sempre dizia que o erro de um não justifica o erro de outro.

Pode-se também argumentar que a questão cai sob o manto das responsabilidades individuais, e que o corporativismo maçônico é uma prática comum apenas entre maçons que são 'bons amigos'. Mas será essa uma boa base de argumentação para eximir a maçonaria das responsabilidades dos atos cometidos pelos maçons?

Vejamos a mesma questão sob a luz da filosofia da Grécia antiga, analisando a morte de Epitímio de Farsália evocada por Plutarco: com efeito, em virtude de alguém, no pentatlo, ter atingido, sem querer, com um dardo, Epitímio de Farsália e o ter morto, Péricles consagrou um dia inteiro a interrogar-se se era, de acordo com a argumentação mais correta, o dardo, ou antes aquele que o lançara, ou os organismos dos Jogos, que haveria que considerar como causas do drama.

Três causas da morte de Epitímio podem ser invocadas, e igualmente legítimas segundo o ponto de vista adotado: para o médico, foi o dardo que causou a morte; para o juiz, foi quem o lançou; para a autoridade política, foi o organizador dos Jogos.

A lição deste fragmento mostra claramente que não importa a perspectiva que se adote, pois qualquer que seja o ângulo de visão, o dano causado por um maçom enquanto membro da maçonaria, não pode ser considerado como um ato isolado e completamente separado, quando este só é possível, como no caso do corporativismo maçônico, pela associação ao organismo maçônico.

Aegis

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A revolução começou
A História é escrita pelos vencedores.
Inicio aqui o relato do começo da revolução. O que vi e vivi naqueles dias que marcaram e mudaram completamente a História do país. Tirando-nos de um mar de corrupção, indiferença e extermínio de negros e pobres e trazendo-nos para a realidade que temos hoje: um país de homens livres, de democracia direta, de respeito das diferenças e dos direitos humanos e de grande desenvolvimento humano, social e econômico.

O mal foi enterrado, durante a revolução, com a democracia representativa, com a democracia dos grupos dominantes, da corrupção e da opressão dos interesses econômico sobre os seres humanos, sobre a maioria. A dominação, a exploração e a exclusão já não existem mais. Nem a pobreza, nem a miséria e nem a fome. Hoje, os índices de desigualdades são mínimos e todas as pessoas possuem um padrão razoável de vida.

Isto porque, conforme descobrimos depois da revolução, a pobreza e a miséria eram criadas artificialmente pelos grupos dominantes. Usavam a pobreza e a miséria para se manterem no poder e para enriquecerem com a exploração da mão-de-obra barata. Quando derrubamos os grupos dominantes, também derrubamos a pobreza, a miséria e a fome que eles criavam.

Relatarei os fatos por dia e, quando necessário, por horas. E contarei, passo a passo, como as novas instituições foram construídas e se consolidaram, como os grupos dominantes foram controlados e suprimidos e a paz estabelecida.

Hoje, janeiro de 2099, olho para o passado e para o início de tudo... E vejo-me reunido com o alto comando revolucionário. A revolução começará à meia-noite do dia 5 de novembro. Faremos isto em homenagem ao filme V de Vingança que nos inspirou e fortaleceu ao longo de toda a luta.

Dia 05/11 -- 06:00 horas

Tudo começou há meia-noite do dia cinco de novembro. As explosões começaram na Câmara e no Senado. E, até às cinco horas da manhã, mais de cinco mil carros bombas haviam explodido em todo o país. Todas as frentes revolucionárias, em todas as capitais e cidades, foram sincronizadas para agir ao mesmo tempo.

Os principais alvos foram os mesmos: os serviços de inteligência do governo, as sedes políciais, sedes dos grandes jornais, tranmissores e retransmissores de rádio e Tv, companhias telefônicas, shopping center e sedes de grandes empresas.

Nenhuma autoridade pública se pronunciou, principalmente porque, enquanto as coisas explodiam, as maiores autoridades do país (legislativo, executivo e judiciário) foram sequestradas e aprisionadas pelos revolucionários, incluindo os oficiais das forças armadas e das polícias.

E as autoridades que não foram capturadas estão escondidas, sem poderem se comunicar, e, mesmo assim, os revolucionários buscam-nas por todas as partes.

O governo dos grupos dominantes foi completamente paralisado e capturado, sem conseguir emitir ordens de nenhuma espécie. Não houve contra-ofensiva por parte do governo e já não há mais um governo dos grupos dominantes. Todas as antigas autoridades foram neutralizadas e silenciadas.

Além disso, os revolucionários buscam, por todas as partes, os deputados e senadores. Eles serão presos e julgados em praça pública, perante o Povo, pelos crimes que cometeram contra a coletividade, assim como pelas leis criminosas que aprovaram para conter a revolução e que permitia o extermínio de negros, pobres e revolucionários.

O controle do país está nas mãos dos revolucionários, incluindo os quartéis que foram tomados pelos soldados negros. Os revolucionários assumiram o controle das armas e estão impedindo a saída de quaisquer veículos militares para as ruas.

Não há notícias oficiais. Apenas a mídia internacional relata os fatos nos sites internacionais. A internet está fora do ar. E as pessoas evitam as ruas. O poder negro controla tudo. O poder pertence à maioria.

A justiça da revolução contra o antigo regime.
Dia 05/11 -- 12:00 horas

O comando revolucionário emitiu uma nota oficial comunicando os governos estrangeiros que a ordem constitucional do país foi modificada e que as instituições representativas, que possibilitaram a dominação, a opressão, a exploração e a exclusão da maioria da população, por centenas de anos, assim como a manutenção da pobreza e da miséria, foram suprimidas e que darão lugar a instituições de participação popular direta.

Além disso, o comando revolucionário informou à comunidade internacional que não tolerará nenhuma espécie de interferência ou tentativa de restabelecer o antigo regime. E que as autoridades antigas serão processadas e julgadas pelos crimes que cometeram contra a maioria da população, contra o Direito Natural e contra os Direitos Humanos.

Os julgamentos serão feitos com base nas normas internacionais de proteção dos Direitos Humanos que vigoravam durante a prática dos crimes. Normas que foram, intencionalmente, afastadas pelo Governo para cometer os crimes.

Também informou que não serão adotadas penas de morte e que a pena máxima possível será a prisão perpétua, a ser cumprida em campos e fábricas, pertencentes à coletividade, ou seja, os condenados cumprirão suas penas trabalhando.

Além disso, o comando revolucionário se mostrou disposto a receber no país um Tribunal Internacional, formado por Juízes internacionais, para julgar as autoridades do antigo regime. Evitando, assim, a vingança revolucionária e, promovendo, com isto, a legitimidade, a imparcialidade e a Justiça das decisões proferidas.

Novas instituições para uma nova era.
Dia 05/11 -- 13:00 horas

O comando revolucionário emite nota ao Povo comunicando que uma nova era começou na História do país. Uma era em que a Democracia será exercida diretamente, a Liberdade será plena, a Justiça promovida e a dominação, opressão, exclusão e exploração extintas.

Para isto faz-se necessários novas instituições e novos mecanismos de poder e de decisão. O poder emana do Povo e será exercido pelo Povo diretamente. Portanto, todos os mecanismos de dominação serão extintos.

O comando revolucionário, no prazo de três meses, a contar desta data, reunirá uma Assembléia Constituinte para redigir e discutir a nova Constituição do país. E, simultaneamente, reunirá uma Comissão de Juristas, uma em cada área, para reformar todo o ordenamento jurídico. Esta comissão indicará as normas que devem ser revogadas, as normas que devem ser adaptadas e as novas normas que deverão ser produzidas para adequar as Leis ao espírito da revolução e da nova Constituição.

Porém, algumas regras, desde já, ficam firmadas. Regras que nortearam os vários anos de lutas e pelas quais muitos morreram.

1- Fica estabelecida a Supremacia do Direito Natural e dos Direitos Humanos sobre todas as coisas. E todos os sistemas, incluindo o econômico, deixam de ter força para derrogar ou afastar os Direitos Humanos.

2- Esta revolução reafirma os valores da República e da Democracia e afirma que todos os tratados internacionais, na área de Direitos Humanos, serão ratificados pelo comando revolucionário e inseridos na nova Carta Constitucional.

3- O Estado tem a obrigação de fornecer alimentação, saúde, educação, emprego e moradia para toda a população de baixa renda, podendo interligar os projetos e programas sociais. por exemplo, oferecendo emprego nos projetos que constroem moradias ou produzem alimentos, etc. E a contrapartida, da população de baixa renda, beneficiada pelos programas sociais, é fazer os cursos sugeridos pelo Estado ou que escolherem livremente.

4- O poder executivo continuará existindo e o presidente sendo eleito para um único mandato de dez anos. Porém, poderá ser destituído a qualquer momento pela vontade da maioria da população. O tempo de mandato será referendado pelo Povo.

5- Todas as decisões de grande relevância pública serão tomadas diretamente pelo Povo, através de voto direto pela internet. Os ministros do Governo, sugeridos pelo Presidente, serão aprovados pela população, podendo ser destituídos, a qualquer momento, pela vontade popular.

6- Os ministros do STF e STJ serão escolhidos pelo Povo e terão um mandato de dez anos, sem direito a reeleição. E também estão sujeito à destituição pela vontade popular. O tempo de mandato será referendado pelo Povo.

7- O judiciário, primeira e segunda instância, passa a ter uma nova estrutura. Uma estrutura parecida com o TPI - Tribunal Penal Internacional. Uma estrutura dinâmica e digna do século XXI.

A nova estrutura será:
1-- Seção de Questões Preliminares;
2-- Seção de Primeira Instância;
3-- Seção de apelações.

Com esta estrutura teremos, em cada comarca, um sistema que resolverá a causa rapidamente, agilizando a Justiça, pois cada comarca terá estas três seções. Assim, acabará a estrutura de dominação e opressão do antigo regime, que tinha um único Tribunal em cada capital e com desembargadores dinossauros, impedindo a realização da Justiça.

Este novo sistema ampliará, sem dúvida nenhuma, as garantias constitucionais, pois é quase um sistema de três instâncias que envolvem três juízos diferentes que analisam o mesmo caso. E acelerará os processos que, antigamente, levavam décadas para serem julgados.

Também será construído um novo mecanismo para ingresso e promoção nas carreiras do judiciário e da administração pública.

8- O Legislativo representativo foi extinto e, em seu lugar, será instaurada a Democracia Direta que se baseia no uso intensivo da tecnologia e na aprovação direta das Leis e das decisões de grande relevância pública diretamente pelo Povo.

9- Fica extinto o vestibular e o Ensino Superior se torna obrigatório, sendo obrigação do Estado fornecer ensino público gratuito e de qualidade, inclusive via Internet, para toda a população.

10- Outras modificações constarão da nova carta constituional que será submetida a referendo popular, ponto a ponto, assim como as Leis do novo ordenamento Jurídico...

11- Após a aprovação da Constituição e das novas Leis, realizar-se-á, no prazo de sessenta dias, as eleições para a escolha do novo Presidente da República e dos novos governadores, podendo os Partidos Políticos, que continuam existindo, porém sujeitos às novas regras, estabelecidas pelos constituintes, indicar seus candidatos.

12- Após a eleição do novo presidente, o comando revolucionário, assim como todos os revolucionários, serão convertidos em uma Ordem que terá a função de proteger a nova República e a nova Democracia, impedindo o retorno da dominação, da opressão, da exclusão e da exploração. Esta Ordem velará pela Justiça, pela Liberdade e pela Paz no país.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Será que já começaram a atentar contra a minha vida ?
Interessante, a minha pele está queimando como se tivesse ocorrido queimadura subcutânea. Será que já começaram a atentar contra a minha vida ? Não se enganem, as coisas que eu estou escrevdno ultimamente, mexe com muitos interesses. Interesses de gente que mata sem hesitar. Os grupos dominantes matam sem hesitar. Não é isto que eles fazem nas favelas e periferias ?

Certamente, no meu caso, eles agiram com mais cautela e planejamento. Vão arranjar algum acidente, ou então, isto, queimadura com ondas eletromagnéticas... Queimaduras que provocam câncer...

Eu já lhe contei que tenho uma cicatriz no peito. Uma cicatriz que era um quelóide bem no meio do peito. Antes tinha 2cm. Mandei cortar no hospital do Exército em Tabatinga e agora tem 10 cm. É uma marca e tanto...

Além disso, eu tenho quase certeza, que tem araponga no apto de cima do meu e que estão me vigiando de lá... Bem, estavam vigiando... Agora podem estar atentando... Tenho dezenas de evidências de que estão lá. Dependendo da coisa que eu faço aqui, há uma resposta lá... Se eu mudo a mesa com o computador de lugar, eles mudam alguma coisa lá. Se eu mudo a cama de lugar, eles mudam outra coisa lá.

Um tempo atrás eles estavam usando música para afetar... Era uma música chata, tocad bem baixinho durante toda a madruga (entre uma e seis horas da manhã). Não era uma música comum... Reclamei várias vezes na portaria. Então pararam de tocar a música... Mas acho que podem ter mudado para coisa mais sutis e venenosas.

Inclusive eles vivem furando apto com furadeira. Furaram tanto que está até saindo água pelo cano de energia da sala de apto. Também já reclamei na USP, os guarda foram lá, mas nada aconteceu...

Mas o mais interessante é que chamaram-me para morar aqui. E, possivelmente, me colocaram em uma armadilha para bisbilhotar as minhas coisas, invadirem o meu computador, me espionar, etc. Deve ser coisa dos P2 dos tucanos ou do General Félix... (É General, não é Coronel).Os tucano está no quarto do lado. No apto de cima deve ser gente dos militares... Eles me vigiam desde 2003, quando estive na Colômbia...

Eu tenho que sair desse lugar... Eu tenho que sair daqui logo... Enfim, o fato está registrado.

sábado, 26 de janeiro de 2008

O movimento, a revolução e as idéias
Por trás deste movimento tem haver mais do que pele e osso. Tem que ter idéias e objetivos claros e definidos. Idéias são a prova de bala, de assassinato, corrupção, chantagem, etc. Idéias passam de pessoa para pessoa, de geração para geração, contaminando toda a sociedade.

Pode-se matar uma pessoa, mas não se pode matar uma idéia, um propósito, um destino.
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Está chegando a hora de deixar a Universidade e ir para as favelas, para as periferias, para o meio da coletividade. Minha sina não será diferente da sina do meu povo. (Filme: Star Wars I - Ameaça Fantasma). Contudo, antes disso preciso construir e fundamentar a parte espiritual da revolução. É a parte espiritual que leva um homem a lutar e a oferecer a própria vida para o bem de todos, para salvar as futuras gerações. É a parte espiritual que faz um homem amarrar bombas ao próprio corpo e explodir com o inimigo.

Certamente, eu não pretendo construir um fundamento espiritual tão radical e extremo. Mas devo construí-lo de forma que a luta dure enquanto durar a dominação, a opressão, a exploração e as injustiças. Enquanto a igualdade de direitos e condições não forem alcançadas e uma minoria estiver oprimindo a maioria, a luta tem que durar.

Além disso, o fundamento espiritual tira a importância das lideranças e das pessoas e põe o motivo na realidade. Não lutam pelo Leonildo, ou por fulano ou por sicrano. Lutam porque há uma dominação, uma opressão, a exploração e a escravidão sobre todos. Lutam por si mesmos, por suas consciências, por suas liberdades e para que as próximas gerações nasçam livres e em uma sociedade fundada na justiça, no direito e na vontade da maioria.

Eu não sou importante. A minha pessoa não é importante. Essenciais e necessárias são as minhas idéias e visões. Elas é que mostrarão o rumo e que motivarão a luta, seja por um, dois ou dez mil anos. A vida é passageira. A consciência e as idéias são eternas. Por isso, o que fazemos em vida ecoa na eternidade.
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É uma crença nascida na dor. Não na política. (Filme: Minority Report)
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"Lembre-se, lembre-se, do dia 5 de novembro. A pólvora, a traição e a conspiração. Não vejo razão para que a pólvora da traição jamais seja esquecida.

Mas e o homem ? Sei que se chamava Guy Fawkes. E sei que em 1605 ele tentou explodir as casas do Parlamento. Mas quem ele era na realidade ? Como era ?

Lembramos da idéia totalmente, mas não do homem. Pois um homem pode fracassar. Podem capturá-lo, matá-lo e esquecê-lo. Mas uma idéia, quatrocentos anos depois, ainda pode mudar o mundo.

Presenciei pessoalmente o poder das idéias. Vi pessoas serem mortas em seu nome...e morrerem defendendo-as.

Mas uma idéia não pode ser beijada, tocada ou abraçada. Idéias não sangram, sentem dor, ou amam." (Abertura do Filme V de Vingança)
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Por trás deste movimento deve haver mais do que pele e osso. Tem que haver idéias. Idéias são a prova de bala. Passam de pessoa para pessoa, de geração para geração, contaminando toda a sociedade. Pode-se matar uma pessoa, mas não se pode matar uma idéia, um propósito, um destino.

"Há mais de cem anos, o poeta alemão Heine advertiu os franceses a não subestimarem o poder das idéias: os conceitos filosóficos alimentados na tranqüilidade do gabinete de um professor poderiam destruir uma civilização. Citou ele a Crítica da Razão Pura, de Kant, como a espada com que fora decapitado o teísmo europeu, e descreveu as obras de Rousseau como a arma ensangüentada que, em mãos de Robespierre, destruíra o antigo regime." (Isaiah Berlin -- Quatro Ensaios sobre a Liberdade).
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V, no filme V de Vingança, não quer meramente um acerto de contas pessoal. Verdade que ele não esquece e nem perdoa os horrores que viu e sentiu durante os primeiros anos de instalação do regime que agora surge para combater, com direito a experiências genéticas em campos de concentração que não deixavam nada a dever às dos nazistas em sua melhor forma. Mas, se fosse apenas isso, bastaria a ele eliminar os responsáveis pelo seu sofrimento (o que ele, efetivamente, faz — metódica e eficientemente, aliás).

Mas a cruzada de V não se restringe a pessoas. Sua amplitude é muito maior: ele quer matar todo um regime político. Não se conforma com a realidade que o cerca. Não se submete — e não admite que as outras pessoas se submetam. Quer abrir os olhos de seus concidadãos para o fato de que a realidade em que vivem não é a única possível.

Quer mostrar que o povo não deve temer um governo, mas todo governo deve temer o povo. Quer esquartejar a ideologia dos que detêm o poder. Sua vingança, portanto, transcende o mero gosto pelo sangue de seus algozes. E o fato de ele poder unir as duas coisas em sua cruzada, já que seus algozes são todos membros do próprio sistema que ele quer ver eliminado, é apenas uma feliz coincidência.

Ele quer erguer toneladas de poeira, resultado da explosão de tudo o que for um símbolo do poder instituído. Busca, acima de tudo, eliminar um governo por suas próprias mãos. Nenhum passo de V é dado por acaso: ele se preparou durante anos a fio, em várias frentes, matando quem o torturou sem deixar pistas, minando pouco a pouco toda a estrutura do estado policial que o cerca sem ser jamais pressentido, a não ser quando ele mesmo decide que é hora de subir ao palco.
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O Povo não deve temer o governo. O governo é que deve temer o povo.

Evey -- Acha mesmo que explodir o Parlamento tornará esse país melhor ?

V -- Certeza não existe, oportunidade, sim.

Evey --E você vai tornar isso possível explodindo um prédio ?

V -- O prédio é um símbolo, assim como o ato de destruí-lo. O poder dos símbolos vêm das pessoas. Sozinho um símbolo não tem sentido. Mas com gente suficiente, explodir um prédio pode mudar o mundo. (...)"
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Discurso de V na TV
"Boa noite, Londres. Primeiro, quero pedir desculpas por utilizar esse canal de emergência. Como muitos de vocês, eu também aprecio os confortos da rotina diária, a segurança do que é familiar, a tranqüilidade do repetitivo. Gosto disso, como qualquer um.

No intuito de comemorar eventos importantes do passado, geralmente associados à morte de alguém ou o fim de alguma horrível luta sangrenta, vocês celebram um feriado legal.

Achei que podíamos marcar esse dia 5 de novembro, um dia que certamente não é mais lembrado, tirando um dia das nossas vidas diárias para sentar e bater um papinho.

Claro que há alguns que não querem que falemos. Neste momento estão gritando ordens nos telefones e homens armados estão a caminho. Por que ?

Porque enquanto o cassetete é usado no lugar da conversa as palavras sempre manterão seu poder. As palavras expressam um significado e são para aqueles que aceitam ouvir a revelação da verdade. E a verdade é que há algo terrivelmente errado com este país, não é ?

Crueldade e injustiça, intolerância e opressão. Enquanto que antes vocês tinham a liberdade de objetar, de pensar e falar o que quisessem, hoje têm a censura e sistemas de vigilância coagindo vocês a conformidade e a submissão.

Como isso aconteceu ? De quem é a culpa ? Certamente uns são mais culpados que outros, mas serão responsabilizados. Mas o certo é que se quiserem achar o culpado, basta olharem no espelho.

Sei porque fizeram isso. Sei que estavam com medo. Quem não estaria ? Guerras, terror, doenças. Milhões de problemas conspiraram para corromper sua razão e roubar seu sentido comum. O medo os dominou. E em seu pânico, recorreram ao Alto Chanceler. Ele lhes prometeu ordem e paz. E a única coisa que pediu em troca foi seu consentimento calado e obediente.

Ontem à noite, busquei acabar com esse silêncio. Ontem à noite destruí o velho Barley (Edifício da Justiça) para lembrar este país o que está esquecido.

Mais de 400 anos atrás um grande cidadão quis incrustar o dia 5 de novembro para sempre em nossa memória. Sua esperança era lembrar ao mundo que retidão, justiça e liberdade não são meras palavras. Elas são perspectivas. (...)"
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V busca destruir para reconstruir, eliminar a opressão para fazer florir a liberdade, explodir uma realidade para que outra possa se erguer sobre os escombros.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Coisas inexplicáveis
Eu não ia escrever isto, pois, racionalmente, isto não faz muito sentido.Mas, 90% das coisas que eu penso não fazem sentido. Os 10% que fazem sentido, eu escrevo. Contudo, a força que me impele a escrever isto é irresistível. E o título de um texto que acabou de aparecer em um dos jornais online é outra evidência de que eu tenho que escrever a coisa. Portanto, lá vai...

Os Generais militares pensam que farão com o movimento negro a mesma coisa que eles fizeram com os guerrilheiros do Araguaia. Eles pensam que farão nas periferias a mesma coisa que fizeram na Guerra do Paraguai. Pensam que matão a maioria, incluindo mulheres, velhos e crianças. Eles pensam, mas não farão nada disso.

Não farão porque este movimento agrega uma maioria oprimida e dominada. É um movimento por Justiça, Liberdade e Igualdade de direitos e condições. É um movimento sobre o qual a mão de Deus está colocada. A força está do nosso lado...

Mas para os Generais isto não significa nada. São incrédulos, perversos e maldosos. E para eles o que conta são as armas. Aqui também a força estará do nosso lado, pois eu digo, tenho que dizer, e não sei como isto será possível, mas é uma questão de fé, nós teremos artefatos nucleares á nossa disposição. Artefatos que servirão para fazer o inimigo recuar e desistir da guerra. Farão o inimigo se dobrar à Justiça.

Como eu disse, é uma questão de fé. Não de razão. Eu não sei de onde virá isto. Mas virá. Talvez algum país amigo do movimento nos dê tais armas. Talvez venha do mercado negro. Talvez nós iremos desenvolver os artefatos. Talvez nos iremos pegar um reator nuclear e transformá-lo em uma bomba. Enfim, Deus estará do nosso lado e nos dará aquilo que precisamos na hora certa.

As armas nucleares estão garantido a disseminação das injustiças, da dominação, da opressão, das tiranias, etc. Os Seres Humanos estão se transformando em escravos e instrumentos do mal. Mal que está usando as armas nucleares e de destruição em massa para instalar o seu reinado de destruição por mil anos. Um reinado baseado no medo e no terror. Por isso, aqueles que lutam contra o mal terão acesso às mesmas tecnologias e ao mesmo poder. O equilíbrio será restabelecido...

Eu não ia escrever isto, até que apareceu a notícia:
Ciência 12h25

O Holocausto está se repetindo
Não adianta usar o discurso do Holocausto para manter a dominação. É sempre a mesma coisa, falam em Holocausto, falam em não violência, falam em resistência pacífica, etc... Mas tudo isto é um truque para manter o poder com uma minoria e continuar excluindo, explorando e oprimindo a grande maioria.

Eles te chicoteiam, te açoitam, roubam o que você produziu por quinhentos anos. E quando você vai revidar, eles apelam para a não-violência, para Deus e lembram do Holocausto. Contudo, quando estão matando negros nas favelas e nas periferias, eles não lembram da não-violência, de Deus e do Holocausto. Eles não vêem que a periferia é um gueto pior do que o gueto dos Judeus ou que as prisões são campos de concentração sem a câmara de gás.

Periferias, prisões, pobreza, miséria, escravidão, etc, são coisas onde predominam um único povo: os negros. Os mesmos negros que há dois séculos atrás estavam sendo escravizados pelos brancos. Os mesmos negros que construíram o Brasil, pedra por pedra, ponta por ponta...

Depois dos Judeus na Alemanha, o Holocausto se repetiu várias vezes. Rússia, China, Camboja (Pol Pot e o Khmer vermelho), África, etc. E vai continuar se repetindo. A diferença entre estas repetições são apenas os métodos, mas o resultado é sempre o mesmo: milhares, milhões de pessoas supérfluas e descartáveis são mortas em um curto espaço de tempo.

Qual é a razão do extermínio ? Dominação, opressão, exclusão, desigualdades, etc...É possível viver com as diferenças e o Ser Humano está formatado para ser diferente. Contudo, não é possível conviver com diferenças que determinam e originam a dominação e a opressão de uns sobre os outros.

É a relação de dominação, exploração, exclusão e desigualdades que leva ao extermínio de milhões. Seja dos dominadores exterminando os dominados. Seja dos dominados exterminando os dominadores. As diferenças aparecem diante da dominação e elas são usadas, seja para dominar, seja para quebrar a dominação.

O extermínio é conseqüência, não é causa. Portanto, não é possível falar em Holocausto nunca mais se as causam que levam ao Holocausto continuam existindo e estão sendo intensificadas por todas as partes. Inclusive os Judeus, que foram a grande vítima do Holocausto, agora também estão fazendo coisas terríveis com os Palestinos. Coisas que eles não deveriam fazer e que colocará o mundo contra eles. É o Apocalipse se cumprindo...

O Holocausto está se repetindo de forma diferente, usando outros meios, mas está se repetindo. E a coisa vai piorar ainda mais, pois agora existem tecnologias que matam pessoas sem deixar vestígio ou rastro. Tecnologias que desintegram Seres Humanos supérfluos e descartáveis.

E os negros, como outras maiorias oprimidas do mundo, devem se preocupar com isto. Devem se preocupar porque os negros, sendo pobres, miseráveis, analfabetos, etc são uma maioria supérflua e descartável. O capitalismo é branco e é rico.

A dominação e a opressão dos brancos contra negros
Leonildo Correa - Faculdade de Direito -- USP -- 23/01/2008
Eu navego facilmente, tanto no mundo das idéias, quanto no mundo da ação. Inclusive posso criar pontes diretas entre estes dois mundos. Isto significa que eu já tenho os planos que precisamos para a resistência e para a rebelião. Agora é preciso encontrar pessoas leais, comprometidas e dispostas a enfrentarem a dominação e a opressão do sistema. Preciso encontrar Cavaleiros Jedi naturais que lutem pela Justiça, contra a tirania e contra o império dos grupos dominantes. Pessoas que queiram instalar a verdadeira República no Brasil, assim como restaurar a essência da antiga polis grega. Uma República livre da dominação dos grupos econômicos e dos corruptos. Uma República na qual o povo expresse livremente a sua vontade.

Eu estou pronto para iniciar o movimento e para enfrentar o mal em todos os níveis. Sou leal ao movimento e aos companheiros que entrarem na luta. Não deixaremos ninguém para trás. E aqueles que tombarem ao longo do caminho, como disse Getúlio, "sairão da Vida para entrar na História". Os negros podem iniciar algo novo. Algo que os brancos não podem iniciar, pois estão presos à dominação e corrompidos pelo poder.

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O problema dos pardos se resolve da seguinte forma: pardo pobre é negro; pardo rico é branco. Isto não está sendo imposto, mas proposto. A última palavra no assinto será dado pela consciência de cada um.

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A Câmara e o Senado são brancos, pois os políticos são todos brancos. Logo, a lei que produzem também é branca e representa o que eles pensam, a dominação que eles exercem, a opressão que executam, a exploração que os enriquecem.

A burocracia, a administração pública brasileira, assim como o poder executivo é branco, pois somente são aprovados nos concursos os brancos que dominam as melhores Universidades Públicas ou possuem recursos para pagar os cursinhos caríssimos.

A justiça brasileira é branca. O judiciário brasileiro é branco, pois os juízes brasileiros são brancos. Esta é uma das razões das prisões brasileiras estarem cheias de negros.

A polícia brasileira é branca, pois a maioria dos policiais são brancos. Esta é outra razão dos negros serem as maiores vítimas da polícia, principalmente, nas favelas. O mesmo se aplica aos oficiais graúdos das forças armadas.

Portanto, no Brasil, o executivo, o legislativo e o judiciário são brancos. A força de repressão também é branca. E a maioria da população é negra.

Isto me lembra Esparta na Grécia Antiga. Contudo, Esparta era uma cidade-estado militar. Esta era a única forma de manterem a opressão de uma minoria sobre uma maioria. De acordo com a Wikipedia, "os Hilotas eram os servos, que pertencendo ao estado espartano, trabalhavam nos kleros(lotes de terra), entregando metade das colheitas ao Espartano e eram duramente explorados. Deviam cultivar essa terra a vida inteira e não podiam ser expulsos de seu lugar. Levavam uma vida muito dura, sujeita a humilhações constantes. Foram protagonistas de várias revoltas contra o estado espartano. Para controlar as revoltas e manter os hilotas sob clima de terror, os espartanos organizavam expedições anuais de extermínio (krypteia ou criptias), onde os hilotas eram obrigados a participar. Tratava-se de um massacre anual que consistia na perseguição e morte dos hilotas considerados perigosos, no qual os espartanos competiam para ver quem matava mais hilotas. "(clique aqui para ler o verbete: Esparta)

E no Brasil, como uma minoria branca consegue manter uma violenta dominação e opressão sobre uma grande maioria negra ? A resposta está no conformismo, na resignação. A maioria negra foi domesticada pela escravidão e está passando o costume da resignação, culturalmente, para as gerações seguintes. A maioria negra é uma maioria silenciosa e conformada. Precisamos quebrar essa cadeia de dominação e opressão e interromper a passagem do costume da escravidão.

É hora de organizar e realizar uma grande rebelião. É hora de fazer valer o princípio democrático e a Constituição Federal que diz: o poder pertence a maioria. Os negros são a maioria.

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Eu não sou o criador da divisão brancos x negros. Eu apenas estou evidenciando uma divisão que foi criada pela escravidão e internalizada na História do Brasil e nas instituições brasileiras. É uma divisão artificial que se tornou costume, virou paradigma e fundamenta, atualmente, a dominação e a opressão.

Os brancos enriqueceram com o sangue dos negros. Não só enriqueceram como se apoderaram de todas as riquezas do Brasil.

Os negros não são pobres porque são preguiçosos ou porque são menos inteligentes. São pobres, miseráveis e analfabetos porque foram escravizados e tudo o que produziram, por centenas de anos, foi agregado ao patrimônio dos brancos e dos europeus. A fortuna dos brancos e dos países ricos é fruto de pirataria, de furto e roubo dos negros, da escravidão dos negros, seja aqui ou seja na África.

Os negros brasileiros são pobres, miseráveis e analfabetos por isto. Porque foram escravizados e porque os brancos se apoderaram de todas as riquezas do Brasil, de todas as terras, enfim, de tudo. Quando libertaram os escravos não lhes deram nada, simplesmente os expulsaram das fazendas com uma mão na frente e outra atrás.

Se os negros tivessem escravizado os brancos e tivessem se apoderado de todas as riquezas do Brasil, hoje estaríamos falando de dominação e opressão dos negros sobre os brancos.

Portanto, a dominação e a opressão que está fundada na cor, tem que ser quebrada pela cor. Chegou a hora dos brancos responderem pelos crimes que cometeram e devolverem a riqueza que roubaram ou construíram com o sangue e o trabalho dos negros.

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Em cada Favela construiremos uma Palmares. E cada negro será um Zumbi dos Palmares em ação. Agiremos em conjunto e buscando o mesmo objetivo: destruir o poder e as instituições que nos domina, oprime e escraviza há 500 anos. Derrubaremos os grupos dominantes opressores e seus aliados e em seu lugar reconstruiremos a polis ateniense - a Democracia Direta.

Portanto, se nas revoluções o grande problema era saber o que fazer depois de tomar o poder, aqui já temos a resposta: o poder pertence à maioria e será exercido pela maioria, sem intermediários, sem representações. Porém, continuará existindo um executivo e um judiciário, pois são poderes que não podem ser manejados pela multidão. Contudo, os membros desses poderes serão eleitos e poderão ser destituídos a qualquer momento pela maioria. As leis e todos os atos de grande relevância pública serão aprovados ou rejeitados diretamente pelos cidadãos.

A democracia representativa é a democracia dos grupos dominantes, é parcial, tendenciosa e corrupta. Não representa a maioria e nem representa a vontade popular, mas sim os interesses e a vontade da classe dominante. A democracia direta é legítima, pois representa os interesses e a vontade da maioria. A vontade da maioria é o interesse público e deve ser seguida.

A violência não gera poder. Mas a violência pode destruí-lo. Por isso, na luta contra o poder que domina e oprime, a violência é uma ferramenta necessária.

A minha preocupação era construir instituições para um novo céu e uma nova terra. Contudo, somente haverá um novo céu e uma nova terra quando o velho céu e a velha terra forem limpos da dominação, da opressão e da maldade. Nós nos acostumamos ao mal que está do nosso lado. Nós toleramos e colaboramos com aquilo que temos que destruir. O mal tem que ser destruído.

1- Um Juiz branco não tem competência e nem poder suficiente para impedir os negros de entrarem nas Universidades Públicas;

2- As Universidades Públicas não pertencem aos reitores brancos ou aos grupos dominantes brancos.

3- O Estado, a Administração Pública, enfim, a burocracia, incluindo a Polícia e os Militares, estão nas mãos dos brancos. Por isso, as coisas não mudam. Por isso, massacram os negros.

4- As leis são feitas por deputados e senadores brancos, são executadas por governantes brancos e fiscalizadas por um judiciário branco. A escravidão nunca terminou. São 500 anos de escravidão, exploração e opressão dos verdadeiros brasileiros.

5- A maioria, os verdadeiros brasileiros, que construíram este país com suor e sangue, são negros. A maioria é negra, é pobre e vive na periferia. Os ricos, a elite, os grupos dominantes são brancos.

6- De onde virá as mudanças que Você espera ? Dos brancos ? Você acha que a mão que escraviza e explora vai te libertar ? Quantos negros os brancos mataram nestes 500 anos ? E se não agirmos, quantos eles irão matar no futuro ?

E não se enganem, a mídia dominante pertence aos brancos e terá que ser destruída com eles, principalmente, porque a Democracia Direta não funciona onde a mídia quer dominar e constrói as notícias que necessita para defender os seus interesses.

7- São necessários apenas 40 dias. Em 40 dias levamos à decretação de estado de sítio. Em 40 dias paralisamos todas as instituições públicas e capturamos mais da metade das autoridades públicas que apunhalam os negros pelas costas. O que faremos com eles ? Usamos como escudos para as bombas que os militares irão jogar nas periferias.

O poder que domina e oprime é branco. Os líderes negros precisam enxergar o mal que está dizimando a coletividade. O povo negro está sendo dizimado nas favelas e nas periferias. Favelas e periferias que devem ser transformadas em focos de resistência. A resistência tem que ser armada. Novos Zumbi precisam se levantar. Os negros devem se preparar para guerra. É melhor morrer lutando numa guerra pela liberdade, por justiça e igualdade de direitos, uma guerra para tomar de volta aquilo que lhe pertence, do que ser morto pelas costas, pela polícia branca, na porta de um barraco da favela, na porta daquilo que lhe impuseram como casa.

FAÇA JUSTIÇA, MESMO QUE O CÉU DESABE.

Nós somos a esperança.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Hannah Arendt e o declínio da esfera pública
Nerione N. Cardoso Jr. - Editor: Senado Federal - Brasília - 2005
Texto: Prefácio do livro - Autora: Marilde Loiola de Menezes - Prof. UNB
Pag 17

A tarefa de definir princípios, conceitos universais e supremos, com os quais o homem pensa e vive, parece ter sido, até então, a função mais nobre do pensamento filosófico. Investido de legitimidade para a investigação da verdade, o filosófo buscava a essência no mundo de aparências. O essencial era inacessível ao homem comum. O pensar elevado era prerrogativa do filósofo. Aos homens em geral era dada a missão de suprir a sociedade de suas tarefas materiais. A atividade de pensar era privilégio de alguns poucos que detinham talento, tempo e dinheiro.

Essa tradição filosófica nasceu quando Platão opôs o governo dos cidadãos ao governo do Rei Filósofo. Certo de que um povo, após ter eliminado o seu mais ilustre cidadão - Sócrates - não teria condições para refletir sobre o bem, o belo e o justo. Platão desconfiava do "governo de muitos".

A "democracia" platônica excluía o povo de sua participação e execução. Somente os filósofos, pela sua excepcional capacidade de pensamento e reflexão, estavam autorizados a achar a boa resposta para uma vida virtuosa do cidadão ateniense. Dispensado da vida pública, o cidadão estaria também excluído da posssibilidade de pensar, discutir, debater, achar soluções para os problemas da polis.

Esse deslocamento do pensamento filosófico da política e da esfera pública se contrapunha radicalmente aos "anos de ouro" do esplendor da democracia de Péricles. O cidadão era a base de legitimação para as soluções propostas de todas as decisões que diziam respeito ao bem comum, sobre o que seria uma boa vida. A solução dos problemas era buscada, dessa forma, nas aparências do mundo sensível comum a todos os cidadãos.

Para se saber se Atenas deveria ou não atacar o inimigo, não seria preciso ir em busca de um especialista ou de pensadores profissionais para a justeza das decisões. Estas estavam ligadas aos negócios humanos, às atitudes humanas e, portanto, à política da cidade, entendida como a arte do diálogo, da opinião e da persuasão.

O critério de verdade do justo, do virtuoso, era sua aceitação em praça pública; no mundo das aparências. Os negócios da cidade eram decididos por todos os cidadãos: o consenso, o senso comum ou a certeza de que todos estavam partilhando uma visão comum se constituía no único critério de verdade. Atores e espectadores faziam parte desse mesmso espetáculo.

Pag 18

Desconfiado do senso coum, da doxa e das aparências, Platão retira a filosofia da Àgora levando-a para a Academia. A Política passa a ser assunto dos filósofos, que, em função de seu talento especial no dom da reflexão, iriam iluminar a cidade com sua sabedoria, retirando as algemas da ignorância em que se encontrava o cidadão ateniense. Na famosa alegoria da caverna, o Filósofo sairia da escuridão em busca da verdade, restando-lhe a tarefa de salvar, com sua sabedoria, aqueles que permaneciam presos acorrentados à ignorância e ao mundo das sombras.

Essa descrença na capacidade humana em resolver os problemas da polis parece acompanhar toda a tradição política chegando até a modernidade sob o paradigma do contrato. Se na antiguidade o cidadão estava em busca do filósofo, único detentor da verdade, para a construção de uma cidade justa, a modernidade se funda na promessa emancipadora de um soberano cujo compromisso de proteção cala o cidadão da vida pública e do risco de uma guerra de todos contra todos (Hobbes). Sendo "o homem o lobo do homem", somente um pai protetor poderia dar a garantia de sobrevivência num mundo de cidadãos obedientes, infantilizados pelo medo e desejo de proteção.

Ao longo de contratos sucessivos, o cidadão teria sua vida protegida, segurança no uso de sua propriedade (Locke) e o direito de votar suas próprias leis (Rousseau). Investido de autoridade para fazer a decantação de todas as vontades privadas presentes no voto individual, o legislador rousseauniano estava seguro de que "se houvese um governo de deuses, esse seria o governo democrático".

É nesse espaço da ruptura com o ideal moderno de representação democrática que Nerione Nunes Cardoso Jr. constrói sua brilhante argumentação tendo como fonte suprema de análise o pensamento crítico de Hannah Arendt.

Para Hannah Arendt, a política não se reduz à dimensão governamental-estatal e nem surge por um contrato social em busca de uma segurança hobbesiana ou para a defesa da propriedade. O poder político da esfera pública arendtiana é gerado pela ação em conjunto dos cidadãos, deixando de existir no momento em que este agrupamento se dispersa.

A esfera pública é sustentada pelo consenso, preservada pelo cumprimento das promessas feitas e pela "disposição em perdoar e ser perdoado". Trata-se de um poder essencialmente dialógico e não-violento, opondo-se à tradicional concepção do pensamento político ocidental, que enxerga o poder como dominação. O poder político e a violência seriam antitéticos: a violência é capaz de destruir o poder político, mas não de gerá-lo".

Pag 19

É dessa forma que, para Arendt, a saída das "sombras da caverna" (Platão), ou da "gaiola de ferro" (Weber), não passaria nem por sábios detentores da verdade como queriam os antigos, nem tampouco por soberanos "protetores" da Modernidade.

De filósofos reis, soberanos protetores, governantes da propriedade, legisladores divinos, chegamos ao nosso cidadão contemporâneo. Excluído do espaço público, o cidadão moderno assiste às promessas da política no conforto privado de sua casa e no aconchego de sua família.

A política é debatida nos jornais, nos meios de comunicação, e de forma eletrônica onde os internautas interagem com suas presenças virtuais nas grandes votações do momento: as opções estão dadas pelos profissionais do pensamento.

Inspirado no pensamento arendtiano, Cardoso chama a atenção para a fragilidade de nossa democracia, que fundada no livre arbítrio e não na liberdade de começar algo novo, segue os passos do "filósofo rei" na figura dos profissionais do pensamento, da economia, da comunicação. Para o autor, "a partir do critério da utilidade econômica, a participação na condução dos negócios públicos passa a ser considerada como perda de tempo. Deu-se uma inversão da antiga relação entre o público e o privado, e os homens passaram a se revelar apenas "no convívio familiar ou na intimidade dos amigos", isto é, na esfera privada".

Refletindo o pensamento da autora, Nerione Cardoso Jr. destaca com precisão que "A esfera social, que "não era nem privada nem pública", tomou forma na política no moderno Estado-nação com o aumento da complexidade e interdependência dos agentes econômicos: as comunidades políticas passaram a ser vistas como uma grande família, "cujos negócios diários devem ser atendidos por uma administração doméstica nacional e gigantesca", e as esferas privadas da família e a esfera política não guardariam mais o distanciamento que apresentavam na Antiguidade".

Esta esfera social, caracterizou-se por uma "irresistível tendência" de expansão, de "devorar as esferas mais antigas do político e do privado, bem como a esfera mais recente da intimidade, em razão do aumento da produtividade ocasionada pela divisão do trabalho e pela mecanização".

É dessa forma que "as questões econômicas invadiram a esfera pública, progressivamente reduzindo a política ao trato de interesses privados, despolitizando assim o próprio domínio público". Seguindo a perspectiva ontológica da autora, Cardoso ainda destaca que "somente as atividades públicas é que concederiam um significado existencial ao homem, reduzidas à sobrevivência material e orgânica (trabalho e labor), não seriam capazes de conceder".

Refratária a praticar a filosofia como fundamentação - o que significaria submeter a vida e as atividades humanas a um critério externo, absoluto, inacessível aos homens comuns, alcançavel apenas por alguns -, Arendt propõe uma volta ao mundo das aparências e do senso comum através do retorno das atividades básicas do ser humano: o pensar, o querer e o julgar.

A recuperação do político através do questionamento de toda metafísica ocidental, cuja base é a idéia de um fundamento universal, não escapa à análise minuciosa de Cardoso: "A dimensão epistêmica da esfera pública arendtiana, enquanto mundo comum, permite o desenvolvimento de um respectivo senso comum através do qual percebe-se a própria realidade; a audiência múltipla da esfera pública, com sua pluralidade de perspectivas, possibilita uma percepção e compreensão ampliada da realidade que a limitada audiência da vida familiar (oikia) não é capaz de viabilizar".

Pag 20

O retorno desse mundo das aparências passaria, entretanto, pela construção de uma filosofia que se interssasse não somente pelo belo, justo e virtuoso, mas também pelo feio, pequeno, indigno. Através dessas reflexões, Arendt ultrapassa o teor filosófico especulativo de sua obra, dialogando com questões concretas advindas do nazismo.

Interessada em saber o motivo pelo quel esse sistema político cometeu tantas atrocidades, Arendt se questionava sobre a razão da banalidade do mal. Essa pergunta, que constitui uma das matrizes mais representativas do pensamento de Arendt, começa, porém, muito antes de escrever o que viria a ser o seu último livro. A fonte de sua inquietação foi o julgamento de Eichmann.

Convidade pela revista The New Yorker para fazer a cobertura jornalística do evento, Arendt fez muito mais do que um relato. Refletiu sobre o terror, o extermínio das pessoas e, sobretudo, a razão pela qual o "mal" poderia ser banalizado ao ponto de ser aceito por uma grande maioria da população, incluindo os burocratas convictos de que estavam "apenas cumprindo ordens".

Eichmann era um deles. Obedeceu ao nazismo certo de estar cumprindo o dever de servidor do Estado; como bom soldado e cidadão, acatava, simplesmente, as ordens de seus superiores. Era, assim, um tipo comum: obediente, fiel às autoridades e cumpridor dos seus deveres. Graças à sua obstinação e zelo, chegara mesmo a um posto de relevância na burocracia do Estado.

No julgamento, era acusado de participação direta na "solução final" que levou milhões de judeus aos campos de extermínio nazista. Não que tivesse nada de pessoal contra eles - "até tinha alguns amigos que eram judeus" -, mas aquela era a política do Estado sendo, portanto, o seu dever obedecê-la. mesmo quando essa "política" feria o princípio mais elementar da tradição cristã - não matarás -, a obsessão pelo cumprimento do dever parecia que obliterava a sua condição de pensar.

Estarrecida diante dos fatos, mas ao mesmo tempo, esquivando-se da paixão reinante, Hannah Arendt pôde ver Eichmann em toda a sua mediocridade: um arrivista de pouca inteligência, uma nulidade pronta a obedecer a qualquer voz imperativa, um funcionário incapaz de qualquer discriminação moral. Em suma: um homem sem consistência própria no qual os clichês e eufemismos burocráticos estavam profundamente internalizados. Longe da idéia de um monstro, psicopata, perverso, Eichmann era um tipo comum, tão banal quanto o próprio mal que internalizara como parte de seu caráter. Apenas dava a impressão de que a obstinação pelo cumprimento das ordens o impedira de pensar.

A experiência do funcionário nazista se constituiu numa das primeiras constatações da autora entre a suspensão do pensar e a banalização do mal. Não que tivesse a ingenuidade de acreditar que somente os que não possuem pensamento crítico possam cometer o mal. Não era essa a questão. O problema só se punha na medida em que esse mal era aceito por todos ou por uma expressiva maioria: a subserviência sem discussão. Esse era o sentido daquilo que a autora designava por banalização do mal.

Nesse caso, o acusado não passaria de uma vítima ? Longe disso. Na versão de Arendt: não há sofisma capaz de apagar o papel do funcionário do Estado na deportação de milhões de judeus para os campos de extermínio nazistas. O problema é que Eichmann descobre na própria mediocridade seu último trunfo: como condenar um funcionário honesto e obediente, cumpridor de suas obrigações, que não fizera mais do que agir conforme a ordem legal vigente na Alemanha de então ?

Fundindo o jornalismo político à reflexão histórica e filosófica, Arendt explora as implicações do caso Eichmann: o que fazer das noções de culpa e responsabilidade no Estado burocrático moderno ? Em que medida a tragédia do holocausto deve servir para reformar o conceito usual de soberania e as relações entre os Estados ? Enfim, como responder ao desafio de compreender a novidade radical do século XX ?

Tais inquietações levaram Cardoso a refletir sobre as ações do homem contemporâneo, e a busca de uma resposta a sua indagação conduziu o autor a investigação sobre as bases filosóficas e políticas da modernidaade proposta por Arendt.

A tradição ocidental parecia oferecer algumas pistas para o desvendar do embrião das representações e ações do homem moderno - sobretudo no que denominava, de acordo com Kant, profissionais do pensamento.

O filósofo rei da antiguidade deixara suas marcas na contemporaneidade: assim como Platão supunha que somente o filósofo, os sábios, tinham a chave da verdade na busca de uma cidade justa e virtuosa, nos nossos tempos atuais, esses "sábios" ou filósofos reis poderiam ser os dirigentes autoritários de duas experiências contemporâneas: o nazismo e o stalinismo.

Cardoso chama atenção para os riscos dessas ideologias que almejaram a "politização de todas as dimensões da vida humana. Num aparente paradoxo, a hipertrofia da política destruiu tanto a esfera privada como a própria política: os governos totalitários, ao tentarem abolir a separação entre as esferas públicas e privadas, eliminaram a própria essência da política, a liberdade."

A pesquisa de Nerione Cardoso Jr. funda-se na centralidade do conceito de esfera pública, no consequente declínio moderno da política e na ascensão imediata do econômico ou do que a autora denomina de "esfera social".

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Assim, para Cardoso, "a privatização da esfera pública, revelada pela subsunção da política ao econômico, constitui-se no principal fator daquele declínio", tendo "como exico central o declínio da política como conseuquencia de seu reducionismo economicista". Partindo da constatação de que "os temas econômicos subordinam as principais discussões de natureza política em nosso tempo", Cardoso percorre o pensamento político de Hannah Arendt através de análise - refinada e precisa - das principais obras da autora acompanhando o que ele próprio denomina "construção histórica do conceito de esfera pública realizado por Arendt".

A ponte que Hannah Arendt estabeleceu entre os dilemas do nazismo e suas reflexões sobre os valores da modernidade conduziram Nerione Cardoso a pensar na importância do equacionamento e possíveis conexões entre o declínio da esfera pública e as práticas políticas da realidade contemporânea. Isso foi realizado com bastante clareza e objetividade, possibilitando aos estudiosos um valioso instrumento para análise da política contemporânea e dos valores que lhe servem como subisídio.

Brasília, 15/11/2004

A doxa, a consciência, a internet e os direitos individuais

É isso mesmo... vou fundamentar um modelo de Democracia Direta para a atualidade nas idéias de Hannah Arendt. Nós temos tecnologia, temos disposição, só falta o modelo que eu estou construindo...

Reescrevendo a definição citada na série Arquivo X, digo que, precisamos buscar as conectividades da vida e conectar o não conectado. Precisamos fazer justaposições e buscar relações e padrões nas coisas e na natureza. Mais do que isto, precisamos buscar avenidas imprevistas de pensamentos e virar novas esquinas. Precisamos fazer tudo isto para promover a evolução da humanidade e alcançar novos patamares de desenvolvimento e conhecimento.

Neste texto busco ligar o presente ao passado e mostrar que podemos reproduzir hoje, com novos parâmetros e métodos, mas preservando a mesma essência, a vida na polis grega. Para isto vou relacionar a doxa com a consciência, a esfera pública com a internet. Para estabelecer estas conexões e relações vou utilizar textos que já escrevi sobre a questão, assim como fazer uso dos especialistas no assunto, incluindo Hannah Arendt, cujas idéias são o teorema fundamental na construção destas conectividades.

Inicialmente vamos refletir sobre alguns pontos da obra "Política e Liberdade em Hannah Arendt", escrito por Francisco Xarão (Ed. UniJuí - RS - 2000). Estes pontos explicam bem a visão ateniense da política. E, a partir dessa explicação, posso construir as relações propostas, trazendo a construção ateniense para a atualidade.

De acordo com o livro citado:

"Persuadir não era, para os atenienses, tão somente sujeitar por palavras a opinião de outros à sua própria opinião. Persuasão era o meio pelo qual os atenienses trocavam as suas 'doxai'. Para Sócrates, como para seus concidadãos, a 'doxa' era a formulação em fala daquilo que 'dokei moi', daquilo que me parece. A 'doxa' não era algo que seria provável ou semelhante em referência a algum padrão definido, mas sim a forma pela qual o mundo se revela aos olhos de cada um.

O pressuposto dos habitantes da 'polis' era de que um mesmo mundo se abre a todos de maneira diferente pelo fato de que cada um ocupa nele um lugar distinto. Conseqüentemente, apesar das variedades de opinião, pela multiplicidade de posição que os homens ocupam em um mundo comum, era natural para os atenienses que todos os que possuíssem 'doxai' fossem considerados humanos." (Xarão, pag.58).

Antes de analisar esta instituição grega, vou buscar, na Teoria da Consciência e Liberdade (Texto aqui), a definição que utilizo para a consciência:

"A Consciência é um sistema analítico que avalia informações e conhecimentos e emite, após esta análise, uma sentença, uma decisão. A consciência pode ser comparada a um juízo ou uma vara judicial. O juízo ou vara judicial através do processo judicial analisa provas, fatos, etc. A consciência, através de processos mentais, analisa informações e conhecimentos. Os processos mentais são conhecidos por pensamentos. Quando pensamos estamos analisando informações e conhecimentos.

Portanto, a consciência, através de processos mentais (pensamentos), analisa informações e conhecimentos emitindo, como resultado dessa análise, uma sentença que poderá formar uma nova informação ou um novo conhecimento, ou então, a decisão é uma ordem que deve ser executada.

A ordem da consciência é a vontade. E esta ordem, decisão (uma sentença) interna, própria do indivíduo, é gerada por conhecimentos e informações que o indivíduo recebeu ao longo do tempo e de sua vida, assim como dos valores que aprendeu, dos costumes de onde vive, etc."

A 'doxa' tem ligação direta com a consciência. A 'doxa' era a formulação em fala daquilo que 'dokei moi', daquilo que me parece. A formulação em fala daquilo que me parece é a formulação em fala da sentença emitida pela minha consciência. A 'doxa', portanto, é a própria expressão da consciência da pessoa, pois a formulação em palavras daquilo que me parece é a formulação em palavras da sentença emitida pela consciência humana. E a sentença emitida pela consciência do indivíduo é a opinião do indivíduo.

A forma como o mundo se revela aos olhos de cada um é a forma como a consciência humana capta e vê o mundo ao seu redor. Enfim, a consciência humana constrói e profere a 'doxa'.

E a visão dos atenienses que considerava humano somente quem possuía 'doxa' está corretíssima, pois somente os humanos possuem consciência. E somente quem tem consciência pode formular em fala aquilo que 'dokei moi', aquilo que lhe parece.

Continuando no texto de Xarão, sobre Hannah Arendt, lemos que:

"A palavra 'doxa' significa não só opinião, mas também glória e fama. Como tal, relaciona-se com o domínio político que é a esfera pública em que qualquer um pode aparecer e mostrar que é. Nesta possibilidade de aparecer e brilhar dos outros, considerada pelos atenienses como privilégio do domínio público, é que os homens atingem sua plena humanidade. Todos aqueles que viviam somente no domínio privado - a família (mulher e filhos) e os escravos - não eram, por isso, reconhecidos como plenamente humanos." (Xarão, pag.58).

Portanto, para os gregos somente alcançava a plena humanidade quem expressava plenamente a sua consciência no espaço público, quem refletia e formulava em palavras o 'dokei moi', aquilo que lhe parecia. Quem revelava aos outros a sua consciência, a sua opinião.

A segunda relação que estabeleceremos e da "vida na 'polis' com a internet. A 'vida na 'polis' constituía-se no aparecer, com atos e palavras, em um espaço público projetado para isso, onde os cidadãos podiam trocar as suas 'doxai'."(pag.86)

"A 'polis' era o lugar do agir e falar em conjunto, o espaço de aparição, no mais amplo sentido da palavra, ou seja, o espaço no qual eu apareço para os outros assim como os outros aparecem para mim, onde os homens existem não meramente como coisas vivas ou inanimadas, mas fazem sua aparição explicitamente."(Xarão, pag.86).

Portanto, a 'vida na polis' é o lugar onde o indivíduo aparece para revelar a sua consciência, para mostrar a sentença que a sua consciência proferiu em determinado caso, ou seja, a sua opinião. A 'vida na polis' é o espaço de revelação da consciência individual.

Como é que eu relaciono isso com a atualidade. A internet nada mais é do que a polis grega, ou seja, um espaço onde nós aparecemos para defender as nossas idéias, as nossas visões, etc. Um espaço onde, através dos nossos sites, blogs, orkut, chat, vídeos, etc formulamos aquilo que 'dokei moi', aquilo que nos parece. A internet é um espaço, existem muitos outros, de revelação da nossa consciência, de revelação da nossa opinião.

E assim, como a polis grega, a internet nos dá a possibilidade de falar e sermos ouvidos, de falar e sermos rebatidos, de falar e sermos questionados. Não há indiferença na internet. Há sempre interação, pois todo texto é lido. Podem até não respondê-lo ou não comentá-lo, mas o texto é lido. E aquela leitura irá aparecer em algum outro lugar, na fala de alguém...

Mas o mais interessante é que a internet está aberta para todos. É uma 'polis' universal. Não faz distinção, nem vê diferenças. Todos tem a mesma possibilidade de trocar as suas 'doxai', expressar o seu 'dokei moi', aquilo que lhe parece... É isso que fazemos aqui com os nossos textos, com as nossas idéias, etc.

A 'doxa' se transforma em um problema para os filósofos gregos quando Sócrates é julgado e condenado, na Ágora, pelos diversos 'dokei moi' (me parece) dos atenienses.

É importante lembrar que a Ágora era a praça pública onde os antigos gregos atenienses reuniam-se para debater e deliberar acerca de suas questões políticas. Era ali que tomava corpo a ecclèsia, a assembléia dos cidadãos para decidirem sobre os destinos de sua polis, da sua cidade.

"Platão teria concluído desse fato que o filósofo não está seguro na 'polis' Para confirmar essa conclusão basta lembrar a opinião que os gregos tinham dos 'Sophoi' os sábios, como pessoas que não sabiam o que era bom para eles (um bom exemplo disso é o fato pitoresco de Tales ter caído em um poço sob seus pés enquanto olhava para o céu). Ora, os 'Sophoi' eram os que estavam mais interessados com os assuntos externos à vida diária (com as questões eternas e imutáveis) e, por isso, não possuíam aquele tipo de sabedoria prática, que Aristóteles chamou de 'Phronésis'.

O próprio Aristóteles concordava com essa opinião pública: tanto Tales quanto Anaxágoras eram sábios, mas não 'Phronimos'(homens de compreensão). A preocupação dos 'Sophoi' era com a verdade das coisa, com aquilo que é eterno e, portanto, não-humano. Conseqüentemente, eram vistos como inúteis para a 'polis'. Platão não discordava dessa opinião, mas recusava aceitar que isso tornasse os filósofos inúteis para a política". (p.59)

"A condenação de Sócrates fez com que Platão empreendesse uma busca de padrões absolutos, sem os quais o domínio político permanece sempre relativo e instável. Tais padrões tornaram-se, daí em diante, o impulso primordial de sua filosofia política, influenciando de forma decisiva até mesmo a doutrina puramente filosófica das idéias. Relacionada com a busca desses padrões está a desconfiança em relação à persuasão e, intimamente ligada a essa desconfiança, a condenação da 'doxa'. O conceito de verdade elaborado por Platão está em proporção inversa à noção de 'doxa', tão importante na Grécia. A distância entre opinião e verdade tornou-se então o abismo que viria a separar os filósofos dos homens comuns". (p. 60)

Se a 'doxa' é a própria expressão da consciência da pessoa, pois a formulação em palavras daquilo que me parece é a formulação em palavras da sentença emitida pela consciência humana, como foi possível a condenação de Sócrates ? Como explicamos isto a partir da Teoria da Consciência e Liberdade ?

O primeiro equívoco dos gregos foi confundir opinião (verdade subjetiva) com verdade (verdade objetiva), foi confundir a sentença emitida pela consciência, a 'dokei moi', com a verdade oriunda objetivamente das coisas e dos fatos.

A ordem emitida pela consciência do indivíduo é a vontade. E esta ordem, decisão (uma sentença) interna, própria do indivíduo, é gerada por conhecimentos e informações que ele recebeu ao longo do tempo e de sua vida, assim como dos valores que aprendeu, dos costumes de onde vive, etc. Por isso, esta ordem (sentença), a vontade, é uma verdade subjetiva.

A verdade objetiva advém das coisas e dos fatos independentemente da interferência humana, sendo comum a todos os seres humanos. São os dados 'in natura'. Por exemplo, o sol nasce. A planta cresce. O tempo passa. A pedra cai, etc.

A razão e a ciência são especializadas na produção de verdades objetivas. Verdades objetivas que também são captadas pela consciência humana e que, muitas vezes, não são tão objetivas, mas eram verdades subjetivas. Por exemplo, 'o sol gira ao redor da terra' já foi uma verdade objetiva. Porém um dia, Copérnico mostrou que esta verdade, tida como objetiva, era, na verdade, uma verdade subjetiva do Ptolomeu. A verdade objetiva era 'a terra gira ao redor do sol'.

A Teoria da Consciência e Liberdade define a Liberdade como poder do indivíduo de agir de acordo com a sua própria consciência, ou seja, agir de acordo com a ordem emanada da consciência. Esta ordem é formada pela consciência por meio de processos mentais (pensamentos) que analisam informações e conhecimentos.

Portanto, a Liberdade humana deriva de uma verdade subjetiva. Contudo, sendo a Liberdade um poder, e o poder é uma coisa objetiva, é uma verdade objetiva. Portanto, a Liberdade humana é uma verdade objetiva (um poder) que executa (põe em prática ou movimenta) uma verdade subjetiva (a sentença da consciência).

A Teoria da Consciência e Liberdade explica, ainda, o motivo pelo qual as pessoas possuem liberdades parecidas ou porque a percepção de liberdade entre os indivíduos é parecida. A resposta é: porque a nossa consciência se desenvolve sobre a mesma base cognitiva. Recebemos as mesmas informações, os mesmos conhecimentos, as mesmas regras, os mesmo costumes, valores, crenças, etc.

Logo, temos os mesmos conjuntos de dados que serão avaliados pelos processos mentais (pensamentos). Contudo, como existem pequenas variações nas cognições e nos pesos dados às informações e conhecimentos, temos liberdades individuais parecidas, mas jamais semelhantes. Cada pessoa tem a sua própria consciência e constrói a sua própria liberdade. Porém, faz isto dentro do mesmo sistema cognitivo social. Portanto, não existem grandes discrepâncias.

Disso decorre que onde há uma diferença acentuada na consciência, devido a diferenças no sistema cognitivo, valores e crenças há uma mudança acentuada na percepção da liberdade. É o caso da liberdade do oriente x a liberdade do ocidente. A liberdade dos cristãos x a liberdade dos muçulmanos x a liberdade dos budista, etc.

Portanto, tudo que incide e afeta a liberdade, incide e afeta a 'doxa'. Mais do que isto, a 'doxa', compreendida como expressão da consciência da pessoa, antecede a liberdade. É uma verdade subjetiva. É uma verdade que varia de pessoa para pessoa e depende das informações e conhecimentos que a pessoa possui e daquilo que ela aprendeu ao longo da vida, suas crenças, seus valores e seus costumes.

Um exemplo evidente disso é um referendo hipotético que podemos fazer sobre um mesmo caso. Um homossexual é levado à Àgora para julgamento. A primeira Àgora é no Irã. A segunda Àgora é no Brasil. E o referendo deve dizer se ele será condenado a morte ou não. As pessoas devem decidir livremente de acordo com a própria consciência. Muito provavelmente, no Irã ele será condenado a morte e, no Brasil, é absolvido e enviado para participar do Big Brother.

O que ocorreu com a 'doxa' ? Não há verdade na 'doxa' ? A resposta é: a verdade da 'doxa' é a verdade da consciência. A verdade da consciência é uma verdade subjetiva. Não é uma verdade objetiva, uma verdade matemática. Por isso a 'doxa', assim como a vontade da maioria, não é o instrumento adequado para emitir decisões onde se exige a existência de uma verdade objetiva.

Portanto, Sócrates foi condenado pela confusão entre a opinião e a verdade. Confusão entre a vontade da maioria e a verdade objetiva. A vontade da maioria é apenas a generalização de uma verdade subjetiva. Isto não a torna uma verdade objetiva. Em tese, a sentença de julgamento de um homem deve se aproximar o máximo possível de uma verdade objetiva. E, para isto, deve-se utilizar técnicas e métodos científicos e racionais. Contudo, se Sócrates tivesse sido julgado por um só Juiz ateniense, ele teria se salvado ?

A razão e a ciência produzem verdades objetivas, informações e conhecimentos, que são matérias-primas na construção da 'doxa'. A minha visão de mundo é construída a partir daquilo que eu sei sobre o mundo. Aquilo que me parece, a sentença da minha consciência, é formada pela análise das informações e dos conhecimentos que internalizei ao longo da minha vida. Informações e conhecimentos que vêm das mais diversas fontes: ciência, razão, religião, etc.

Portanto, os excessos e os desvios da 'doxa' podem ser corrigidos pela ciência e pela razão, com o estabelecimento de verdades objetivas, válidas para todos. Estas verdades objetivas ou convencionadas formam, dentro da consciência individual, os subsistemas. Por exemplo, a consciência coletiva que reúne regras e normas ligadas à estrutura familiar, ao aprendizado familiar, à educação, aos valores individuais, à moral, à ética, etc. É a consciência que se desenvolve nos pequenos grupos, na família, entre os amigos ou em numa pequena comunidade.

Quando a consciência, antes de emitir uma 'doxa', se depara com as normas e regras da consciência coletiva, ela pára e acata a decisão que é aceita e convencionada - por aquele grupo coletivo. Ela acata aquilo que está estabelecido. Logo, a 'doxa' se apresenta formatada pela convenção.

A consciência social é uma generalização, uma ampliação, da consciência coletiva. Enquanto a consciência coletiva estrutura e mantém um grupo pequeno e próximo ao indivíduo, a consciência social estrutura e mantém um grupo amplo, uma coletividade, uma sociedade. Na consciência coletiva os membros do grupo são conhecidos, pois estão próximos. Nesta consciência social os membros do grupo são, em sua maioria, desconhecidos um dos outros, porém estão sujeitos às mesmas normas e regras. Um exemplo disso é o ordenamento jurídico - costumeiro ou o Direito Positivo.

Quando a consciência, antes de emitir uma 'doxa', se depara com as normas e regras da consciência social, ela pára e acata a decisão que foi legitimada pelo grupo social e vale para todos. Por exemplo, uma lei ou um costume da sociedade. Logo, mais uma vez, a 'doxa' se apresenta formatada pela convenção.

Outro ponto importante é que a 'doxa', verdade subjetiva, caminha para a verdade objetiva, conforme o número daqueles que a detém. O termo 'caminhar' significa que se uma grande maioria vê a mesma coisa, há uma tendência desta coisa ser uma verdade objetiva. Porém, isto é uma tendência que a ciência e a razão irão testar para ver se ela se confirma ou não. A maioria pode estar redondamente enganada. Isto ocorre, por exemplo, quando há uma informação errada na base cognitiva, que leva a um processo analítico errado na consciência, logo, a uma 'doxa' errada. Ilustrativamente, uma gráfica imprime um livro com informações erradas. O livro é usado para uma prova que faz uma pergunta sobre aquela informação errada. O que acontece ? Todos que estudaram por aquele livro irão responder errado a questão, irão fazer comentários errados, etc.

Outro elemento inibidor dos excessos e desvios da 'doxa' é a instituição do Direito Natural. Mas antes disso, é preciso dizer que o Direito é sempre uma condicionante da consciência. Logo, uma esfera inibidora da liberdade. Isso porque a consciência do homem pode contrariar o Direito, pode contrariar as normas vigentes. Logo, o Direito limita e inibe a esfera de consciência. Portanto, inibe e limita a liberdade. Por isso, é válida a frase que diz: "Sempre que nasce um direito, morre uma liberdade". Morre uma liberdade porque uma consciência foi condicionada e os indivíduos não terão mais uma consciência livre naquele assunto. Terão que agir, não de acordo com a própria consciência, mas de acordo com a prescrição da norma que foi criada. A consciência tem que seguir a norma. A liberdade foi condicionada e limitada.

O Direito Natural é um conjunto de normas localizadas fora dos subsistemas, das demais consciências. São normas de rotina da consciência individual que inicializam a própria consciência e a mantém em funcionamento. A melhor ilustração é pensar no Direito Natural como um sistema operacional. Um sistema fundamental que permite o funcionamento de todos os subsistemas. Sem sistema operacional o computador não funciona. Sem Direito Natural, a consciência não tem estabilidade e nem proteção. Logo, o próprio indivíduo é transformado em coisa, perde a sua identidade e a sua individualidade, pois o Direito Natural é a garantia e a proteção da consciência, da identidade e da individualidade.

Portanto, diante de uma norma de Direito Natural a 'doxa' também fica paralisada ou vinculada. Não pode se sobrepor porque são normas essenciais que estão presentes em todas as consciências individuais. Normas que se referem e protegem a consciência e o indivíduo como um todo. E sem estas normas a consciência fica comprometida em seu funcionamento regular. Inclusive a norma fundamental que estabelece: "agir de acordo com a própria consciência" é uma norma do Direito Natural que está na consciência individual de toda pessoa, assim como as normas que protegem a vida humana.

Pulando do Direito Natural para os Direitos Individuais, caímos em uma sinuca de bico entre Direitos Individuais e Direitos Coletivos. Entre a Liberdade Individual, gerada pela Consciência Individual e a Liberdade Política gerada pela Consciência Política ou a Liberdade Coletiva gerada pela Consciência Coletiva. Pode as regras do subsistema sobrepor-se às regras de todo o sistema ?

Os Direitos Coletivos não podem se sobrepor ao Direito Natural, uma vez que esta sobreposição destrói a consciência humana e o próprio homem. Destruindo as partes do sistema, destrói-se o sistema. Portanto, o Direito Natural está acima dos Direitos Coletivos e de todas as demais normas e regras oriundas da própria consciência individual ou das demais consciências.

Os demais direitos individuais, que não são Direitos Naturais, por exemplo, o direito de propriedade, etc; estão sujeitos à gangorra democrática. Isto significa que regras convencionadas pela maioria podem se sobrepor à vontade pessoal, à consciência individual. Nestes casos deve-se buscar o equilíbrio entre a vontade da maioria e a vontade individual, a liberdade da maioria e a liberdade individual, o direito da maioria e o direito individual. Isto é a tal gangorra democrática.

A sociedade moderna, fruto do direito e da democracia, gravita em torno dos limites máximos da liberdade e dos direitos do indivíduo e se desenvolve em meio ao conflito entre os interesses da maioria, garantidos pela liberdade política, e os direitos individuais, ou seja, há duas esferas de interesses e de proteção, de um lado os interesses e a vontade coletiva e de outro o indivíduo como ser humano.

Olhando superficialmente, essa relação parece contraditória, uma vez que a liberdade política, concretizada na democracia e no governo da maioria, é inibida pela esfera dos direitos individuais; ao mesmo tempo, os direitos individuais são instituídos, limitados e garantidos pelo poder da maioria. Essa relação, algumas vezes de conflito, outras de complementação, é o que eu denomino de gangorra democrática, onde de um lado está a liberdade política, os direitos e interesses da coletividade, e do outro, as liberdades e os direitos individuais.

Dessa constatação deriva outras duas características das democracias modernas: o conflito e o debate público. Não existe democracia sem convivência com conflitos, seja entre indivíduos, seja entre o indivíduo e a coletividade; e sua solução através do compromisso e da argumentação, ou de uma combinação de ambos. Portanto, a sociedade democrática atual busca, incessantemente, o ponto de equilíbrio entre o poder governante da maioria e os direitos individuais, ou seja, busca equilibrar a gangorra no ponto médio.

Esse conflito entre liberdades e direitos não é coisa da atualidade, uma vez que foi vislumbrada nas considerações de Benjamin Constant que, em seu célebre discurso intitulado “De la Liberté des anciens comparée à celle des modernes”, comparou a liberdade dos antigos com a liberdade dos modernos.

A liberdade dos antigos, relata Constant, residia na participação dos cidadãos nas decisões públicas, ou seja,

"(…) consistia no exercício coletivo e direto de várias partes da soberania. Consistia em deliberar em praça pública sobre a guerra e sobre a paz, em concluir com estrangeiros tratados e alianças, em votar leis, em pronunciar julgamentos e examinar as contas, os atos e gestões dos magistrados, em fazer comparecer todo o povo, colocá-los sob acusação, condená-los ou absolvê-los; mas ao mesmo tempo que era isso que os antigos chamavam de liberdade, eles admitiam como compatível com essa liberdade coletiva a completa sujeição do indivíduo à autoridade do conjunto."

Percebe-se, portanto, que não existia entre os antigos uma esfera de liberdade do indivíduo protegida por direitos individuais. O poder exercido pelo conjunto dos cidadãos ,na Assembléia, era supremo e não respeitava qualquer limite.

Assim, o objetivo da organização política era assegurar a intervenção dos cidadãos nas decisões, garantir o seu poder, não havendo qualquer obstáculo ou limitação para essas decisões. Logo, havia a supremacia absoluta do coletivo, da vontade da maioria, sobre o individual. Em outras palavras, havia “a submissão completa do indivíduo à autoridade do todo”.

"Não encontrareis entre eles quase nenhum dos privilégios que vemos fazer parte da liberdade entre os modernos. Todas as ações privadas estão sujeitas a severa vigilância. Nada é concedido à independência individual, nem mesmo no que se refere à religião. A faculdade de escolher seu culto, faculdade que consideramos comum e nossos mais preciosos direitos, teria parecido um crime e um sacrilégio para os antigos. Nas coisas que nos parecem mais insignificantes, a autoridade do corpo social interpunha-se e restringia a vontade dos indivíduos." (CONSTANT, 1985).

A condenação do filósofo Sócrates, citada anteriormente, era um disso. Uma condenação que seria completamente impossível nas sociedades democráticas atuais, pois as decisões da maioria não adentram à esfera individual, ou seja, são limitadas e não autorizadas a violar liberdades e direitos individuais, principalmente os Direitos Naturais, como a vida, etc.

Portanto, de acordo com Constant, entre os antigos, o indivíduo, quase sempre soberano nas questões públicas, é escravo em todos seus assuntos privados. Como cidadão, ele decide sobre a paz e a guerra; como particular, permanece limitado, observado, reprimido em todos seus movimentos; como porção do corpo coletivo, ele interroga, destitui, condena, despoja, exila, atinge mortalmente seus magistrados ou seus superiores; como sujeito ao corpo coletivo, ele pode, por sua vez, ser privado de sua posição, despojado de suas honrarias, banido, condenado, pela vontade arbitrária do todo ao qual pertence.

Entre os modernos, assinala Constant, ao contrário, o indivíduo, independente na vida privada, mesmo nos Estados mais livres, só é soberano em aparência. Sua soberania é restrita, quase sempre interrompida; e, se, em épocas determinadas, mas raras, durante as quais ainda é cercado de precauções e impedimentos, ele exerce essa soberania, é sempre para abdicar a ela.

Em outras palavras, a plenitude da liberdade política dos antigos foi limitada e impedida de acessar o plano das liberdades individuais. E, para que não existam dúvidas sobre essas limitações e impedimentos especificou-se e firmou-se, em constituições formais e tratados internacionais, as liberdades e os direitos individuais. Assim, o governo democrático é da maioria, mas a maioria não pode tudo. Tem que respeitar os direitos individuais e os direitos das minorias.

Também foi essa limitação, imposta pelos direitos individuais, que invalidou o argumento de Platão de que a democracia caminhava, devido ao excesso de liberdade, para a auto-destruição.

A democracia, segundo Platão, era resultado da transformação da forma oligárquica de governo e a sua principal característica era a liberdade. Assim, os homens que viviam sob esse regime eram livres e prevalecia a liberdade de expressão na cidade. Contudo, ele não considerava a liberdade uma virtude da democracia, pois a identificava com licença, com a possibilidade de cada pessoa fazer o que quisesse. Nesse sentido, para apreciar todos os prazeres da vida o homem democrata necessitava de ampla liberdade e a aproveitava de modo desregrado.

Na visão de Platão a liberdade que caracterizava a democracia não gerava apenas homens democratas de modo desregrado, mas deixava espaço também para que cada um organizasse a sua vida como lhe aprouvesse, fosse de um modo aristocrático, oligárquico, democrático ou tirânico. Assim, o excesso de liberdade, que cada um tinha de organizar a sua própria vida da maneira que melhor lhe aprouvesse, terminaria em opressão para todos. E, do mesmo modo que nas outras formas de governo, a democracia seria dissolvida em função do excesso de sua principal característica, isto é, seria dissolvida pelo excesso de liberdade e pela negligência das pessoas. Transformando-se, então, em tirania. Para Platão, muita liberdade transformava-se em nada, a não ser muita escravidão para os homens privados e para a cidade.

Segundo Platão, a democracia era a forma de governo em que os pobres governavam. Como o número de pobres era muito grande, então, a democracia era o governo de muitos e tinha como principal característica a liberdade. A prevalência desta aliada ao governo de muitos conduziam a um regime em que as leis não eram valorizadas, já que constituíam obstáculos para o exercício da liberdade. Então, o excesso de liberdade fazia com que a democracia se degenerasse em uma tirania, que era a pior de todas as formas de governo.

O encadeamento lógico de Platão foi quebrado pelo advento dos direitos individuais que, ao mesmo tempo em que limitaram o poder da maioria, oriundo da liberdade política, sobre o indivíduo; também impuseram uma barreira ao excesso de liberdade individual. O Direito limitou a consciência, logo limitou a liberdade. Esta limitação, imposta tanto à liberdade do ente coletivo, quanto ao indivíduo, impediu o surgimento das conseqüências do excesso de liberdade em uma sociedade democrática.

Contudo, se escapamos da maldição de Platão por uma porta, nos deparamos com outra maldição: a corrupção das instituições públicas controlada por uma minoria de servidores públicos e de políticos profissionais, especializados em enganar a maioria nas eleições e camuflar os verdadeiros interesses que defendem: os interesses dos grupos econômicos dominantes. Resumindo, a maldição é a mesma, ou seja, a democracia se degenera em uma tirania.

Enfim, na atualidade, a liberdade política e os direitos individuais formam uma gangorra democrática, onde cada um dos lados da gangorra é constituído por uma dessas instituições. Assim, o aumento de um dos lados é acompanhado da respectiva diminuição do outro, ou seja, aumentando o poder da maioria ocorre uma redução da liberdade individual e vice-versa. Contudo, assim como a gangorra, o aumento ou a diminuição de cada um dos lados possui um teto e um piso, ou seja, o acréscimo ou decréscimo de poder, seja da maioria ou individual, ocorre dentro de uma faixa de tolerância, porém nunca fora dela. Com isso protege-se a coletividade do excesso de liberdades e direitos individuais, assim como protege-se o indivíduo do excesso de poder da maioria.

O teto e o piso da gangorra democrática são dados pelas constituições e pelos tratados internacionais de direitos humanos que determinam até onde vai o poder da maioria e quais são os direitos individuais invioláveis, ou seja, os Direitos Naturais positivados.

Portanto, a 'doxa' é uma das formas expressão da consciência individual. Era a formulação em fala daquilo que 'dokei moi', daquilo que me parece. A formulação em fala daquilo que me parece é a formulação em fala da sentença emitida pela minha consciência. Já a 'vida na polis' era o lugar onde o indivíduo aparecia para revelar a sua consciência, para mostrar a sentença que a sua consciência proferiu em determinado caso, ou seja, a sua opinião. A 'vida na polis' era o espaço de revelação da consciência individual. E a internet é um espaço, existem muitos outros, em que isto acontece, ou seja, em revelamos a nossa consciência, revelamos a nossa opinião.

A condenação de Sócrates, pelos diversos 'dokei moi' dos atenienses foi um equívoco ocasionado pela confusão entre opinião (verdade subjetiva) com verdade (verdade objetiva), foi confundir a sentença emitida pela consciência, a 'dokei moi', com a verdade oriunda objetivamente das coisas e dos fatos. A sentença de julgamento de um homem deve se aproximar o máximo possível de uma verdade objetiva.

Atualmente, a 'doxa' sujeita-se a uma série de correções que visam eliminar seus excessos e desvios. Essas correções derivam da razão e da ciência, de travas colocadas pelos diversos subsistemas da consciência individual, pelo Direito Natural e pelos Direitos Individuais. Correções que bloqueiam o poder da coletividade sobre certos aspectos dos seres humanos. A relação direitos individuais x direitos coletivos formas uma gangorra democrática que busca sempre o equilíbrio.

Além disso, estas travas que eliminam os excessos e os desvios da 'doxa' também invalidaram o argumento de Platão de que o excesso de liberdade destruiria a democracia. Contudo, a democracia atual ainda corre sérios riscos, podendo degenerar-se para uma tirania, devido à corrupção das instituições democráticas.

Neste ponto, eu acabo de estabelecer todas as premissas necessárias para o próximo texto, que é a Democracia Direta na atualidade.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Frases para refletir e aplicar
Pare de ter pena de você mesmo. Lute com as cartas que o destino lhe deu e seja um vencedor.
1- A divindade não está onde a força está. O poder sempre esteve com os sacerdotes, mesmo que tivessem que inventar o oráculo. (Filme: Minority Report).

2- É uma crença nascida na dor. Não na política.(Filme: Minority Report).

3- Não é você que escolhe as coisas. São as coisas que escolhem você.(Filme: Minority Report).

4- Às vezes para se ver a luz é preciso conhecer a escuridão.(Filme: Minority Report).

5- O maior problema do Universo é que ninguém ajuda ninguém. (Filme: Star Wars I - Ameaça Fantasma).

6- O medo é a trilha para o lado sombrio, pois o medo leva à raiva. A raiva leva ao ódio. E o ódio leva ao sofrimento. (Filme: Star Wars I - Ameaça Fantasma).

7- Minha sina não será diferente da sina do meu povo. (Filme: Star Wars I - Ameaça Fantasma).

8- O seu foco determina a sua realidade. (Filme: Star Wars I - Ameaça Fantasma).

9- Você já se sentiu como se não soubesse se está acordado ou se está sonhando ? (Filme: Matrix).

10- Você se acha especial, como se as regras não se aplicassem a você.(Filme: Matrix).

11- Eu vejo nos seus olhos. Você tem o olhar de um homem que aceita o que vê porque está esperando acordar. Ironicamente, não deixa de ser verdade.(Filme: Matrix).

12- Morpheus: Você acredita em destino, Neo ? Neo: não. Não gosto de pensar que não controlo minha vida.(Filme: Matrix).

13- Vou te dizer o motivo pelo qual você está aqui. Você sabe de algo. Não consegue explicá-lo. Mas você sente. Você sentiu a vida inteira: há algo errado com o mundo. Você não sabe o que é, mas há. Como um zunido na sua cabeça, enlouquecendo-te.(Filme: Matrix).

14- A Matrix está em todo lugar, à nossa volta. Mesmo agora, nesta sala. Você pode vê-la quando olha pela janela ou quando liga sua televidão. Você a sente quando vai para o trabalho, quando vai à igreja, quando paga seus impostos. É o mundo que foi colocado diante dos seus olhos para que você não visse a verdade.(Filme: Matrix).

15- Que verdade ? A verdade é que você é um escravo. Como todo mundo, você nasceu num cativeiro, nasceu numa prisão que não consegue sentir ou tocar. Uma prisão para a sua mente.(Filme: Matrix).

16- Lembre-se, tudo que ofereço é a verdade. Nada mais do que isto.(Filme: Matrix).

17- Você já teve um sonho, Neo, um sonho que parecia ser verdadeiro ? E se você não conseguisse acordar desse sonho ? Como você saberia a diferença entre o mundo dos sonhos e o mundo real ? (Filme: Matrix).

18- O que é real ? Como você define o real ? Se está falando do que consegue sentir, do que pode cheirar, provar, ver; então "real" é simplesmente sinais elétricos interpretados pelo cérebro.(Filme: Matrix).

19- Quando a Matrix foi construída havia um homem, nascido nela, que tinha a habilidade de mudar o que ele quisesse para refazer a Matrix a seu modo. Foi ele quem libertou o primeiro de nós e nos mostrou a verdade.(Filme: Matrix).

20- Enquando a Matrix existir a raça humana não será livre.(Filme: Matrix).

21- Não pense que é. Saiba que é. Quero libertar sua mente, Neo. Mas só posso te mostrar a porta. Você tem que atravessá-la.(Filme: Matrix).

22- Você precisa livrar-se, Neo, do medo, da dúvida e da descrença. Liberte a sua mente.(Filme: Matrix).

23- A Matrix é um sistema. E este sistema é nosso inimigo. Mas, quando estamos dentro dele, o que vemos ? Homens de negócio, professores, advogados, marceneiros, etc. Vemos e interagimos com as mesmas pessoas que queremos salvar. Contudo, antes de salvá-las, essas pessoas fazem parte do sistema e isso faz delas nossas inimigas. Você precisa entender que a maior parte dessas pessoas não estão prontas para acordar. E muitos estão tão inertes, tão dependentes do sistema que irão lutar ferozmente para protegê-lo. (Filme: Matrix).

24- Se você não é um dos nossos, você é um deles. Isso significa que qualquer um ainda não libertado é um agente em potencial. Dentro da Matrix eles são todos e não são ninguém. (Filme: Matrix).

25- A força e a velocidade dos agentes se baseia num mundo feito de regras. (Filme: Matrix).

26- Negar os nossos impulsos é negar aquilo que nos faz humanos.(Filme: Matrix).

27- Vou te contar um segredo. Ser o escolhido é como estar apaixonado. Ninguém pode te dizer se você está. Você simplesmente sabe e não tem dúvida nenhuma.(Filme: Matrix).

28- A primeira Matrix foi criada para ser o mundo humano perfeito, onde ninguém sofreria, onde todos seriam felizes. Foi um desastre. Ninguém aceitou o programa. Perdemos safras inteiras. Alguns acreditam que não tínhamos a linguagem de programação para descrever o seu mundo perfeito. Mas eu acho que, como espécie, os seres humanos definem a realidade através da desgraça e do sofrimento.(Filme: Matrix).

29- Eu gostaria de lhe contar uma revelação que eu tive durante o meu tempo aqui. Ela me ocorreu quando tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são mamíferos. Isso porque todos os mamíferos do planeta entram em equilíbrio com o meio ambiente onde vivem. Mas os humanos não. Vocês humanos vão para uma área e se multiplicam, e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos. a única forma de sobreviverem é indo para uma outra área, reiniciando o ciclo de destruição. Há um outro organismo neste planeta que segue esse mesmo padrão. Você sabe qual é ? Um vírus. Os seres humanos não são mamíferos, mas sim vírus. São uma doença, um câncer neste planeta. Vocês são uma praga e nós somos a cura.(Filme: Matrix).

30- O oráculo lhe disse o que você precisava ouvir.(Filme: Matrix).

31- Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho.(Filme: Matrix).

32- Não tente entortar a colher. Isso é impossível. Ao invés disso, apenas tente ver a verdade. Que verdade ? A colher não existe. Então, você verá que não é a colher que entorta. É você mesmo.(Filme: Matrix).

33- Sei que você está aí. Eu sinto você agora. Sei que está com medo. Está com medo das mudanças. Eu não conheço o futuro. Eu não vim aqui te dizer como isso vai acabar. Eu vim aqui te dizer como vai começar. Vou mostrar para as pessoas o que você não quer que elas vejam. Vou mostrar as elas um mundo sem você. Um mundo sem regras e controle, sem limites e fronteiras. Um mundo onde tudo é possível. Para onde vamos daqui é uma escolha que deixo para você.(Filme: Matrix).

34- Quanto mais se estuda a física quântica, mais misteriosa e fantástica ela se torna. A física quântica, falando de uma maneira bem simples, é uma física de possibilidades. (Filme: Quem somos nós).

35- Todas as épocas e gerações têm suas próprias suposições: O mundo é plano, o mundo é redondo, etc. Existem centenas de suposições que acreditamos ser verdadeiras, mas que podem ou não ser verdadeiras. Claro que historicamente, na maioria dos casos não eram verdadeiras. Se tomarmos a história como guia, podemos presumir que muitas coisas em que acreditamos sobre o mundo podem ser falsas. (Filme: Quem somos nós).

36- Experimentos científicos nos mostram que se conectarmos o cérebro de um pessoa a computadores e scanners e pedirmos para olharem para determinados objetos, podemos ver que certas partes do cérebro sendo ativadas. Se pedirmos para fecharem os olhos e imaginarem o mesmo objeto, as mesmas áreas do cérebro se ativarão, como se estivessem vendo os objetos. Então os cientistas se perguntam: quem vê os objetos, o cérebro ou os olhos? O que é a realidade? É o que vemos com nosso cérebro? Ou é o que vemos com nossos olhos? (Filme: Quem somos nós).

37- A verdade é que o cérebro não sabe a diferença entre o que vê no ambiente e o que se lembra, pois os mesmos neurônios são ativados. (Filme: Quem somos nós).

38- Uma história incrível, que acredito ser verdadeira, conta que quando os índios americanos nas ilhas caribenhas viram as naus de Colombo se aproximarem, na verdade eles não conseguiam ver nada, pois não eram parecidas com nada que tivessem visto antes. Quando Colombo chegou no Caribe, nenhum nativo conseguia enxergar os navios, mesmo estando eles no horizonte. A razão de não verem os navios era porque não tinham conhecimento. Seus cérebros não tinham experiência de que os navios existiam. O shamã começa a notar ondulações no Oceano. Mesmo não vendo os navios, imagina o que está causando aquilo. Então ele começa a olhar todos os dias e depois de um certo tempo, ele consegue ver os navios. E quando ele enxerga os navios, conta para todos que existem navios lá. Como todos confiavam e acreditavam nele, também conseguem enxergar. (Filme: Quem somos nós).

39- Nós criamos a realidade, mas criamos máquinas que produzem realidade que afetam a realidade o tempo todo. Sempre perseguimos algo refletido no espelho da memória. Se estamos ou não vivendo em um grande mundo virtual, é uma pergunta sem uma boa resposta, é um grande problema filosófico. E temos que lidar com ele conforme o que a ciência diz do nosso mundo. Como somos sempre observadores na ciência, ficamos limitados ao que o cérebro humano capta. É a única forma de vermos e percebermos as coisas que fazemos. Então é possível que isso tudo seja uma grande ilusão da qual não conseguimos sair para ver a verdadeira realidade. (Filme: Quem somos nós).

40- Na verdade a maior parte do universo está vazia. Gostamos de imaginar o espaço vazio e a matéria sólida, mas, na verdade, não tem nada na matéria, ela não possui substância! Veja um átomo. Pensamos que é uma bola sólida. Mas na verdade é esse pontinho pequeno com matéria densa no centro, cercado por uma nuvem de elétrons que aparecem e desaparecem. Mas acontece que tal descrição também não está correta. Até o núcleo, que pensávamos ser tão denso, aparece e desaparece assim como os elétrons. A coisa mais sólida que pode existir nessa matéria desprovida de substância é um pensamento, um bit de informação concentrada. O que faz as coisas são idéias, conceitos e informação. (Filme: Quem somos nós).

41- Em vez de pensarmos nas coisas como possibilidades, temos o hábito de pensar que as coisas que nos cercam já são objetos que existem sem a minha contribuição, sem a minha escolha. Você precisa banir essa forma de pensar; tem que reconhecer que até o mundo material que nos cerca - as cadeiras, as mesas, as salas, os tapetes - não são nada além de possíveis movimentos da consciência. E eu estou escolhendo momentos nesses movimentos para manifestar minha experiência atual. É algo radical que precisamos compreender, mas é muito difícil, pois achamos que o mundo já existe independente da minha experiência. O próprio Heisenberg, depois da descoberta da física quântica, disse que os átomos não são objetos, são tendências. Em vez de pensar em objetos, você deve pensar em possibilidades. (Filme: Quem somos nós).

42- Nos pensamentos antigos, não podíamos mudar nada, pois não tínhamos papel na realidade. Ela já estava lá, feita de objetos que se moviam de acordo com leis. A matemática determinava como reagiriam em determinada situação. Nós não tínhamos papel algum.
Na nova visão a matemática nos mostra as possibilidades das reações que os objetos podem ter, mas não nos dá a experiência real que teremos na consciência. Quando pensamos em objetos, tornamos a realidade mais completa do que realmente ela é. É aí que você fica preso. Ficamos presos na uniformidade da realidade, pois se ela é completa eu sou insignificante, não posso alterá-la. Mas, se a realidade é minha possibilidade - possibilidade da própria consciência - imediatamente perguntamos como podemos alterá-la, torná-la melhor, mais alegre. (Filme: Quem somos nós).

43- Pode parecer uma afirmação bombástica de alguém sem nenhum conhecimento de física, mas a física quântica está nos dizendo isto. Existem literalmente diferentes mundos onde vivemos. Há o mundo microscópico que vemos, o mundo das nossas células, o mundo dos nossos átomos... Eles possuem sua própria linguagem, sua própria matemática. E não são apenas pequenos. Cada um é totalmente diferente, mas se complementam, pois eu sou meus átomos, mas também sou minhas células. A minha fisiologia microscópica é verdadeira, só que em diferentes níveis. O nível de verdade mais profundo, descoberto pela ciência e filosofia, é a verdade fundamental da unidade. No nível subnuclear mais profundo da nossa realidade, você e eu somos um só. (Filme: Quem somos nós).

44- Olham para o seu futuro e sabem que o seu poder será muito grande para ser controlado. Por isso, não deixam você subir. (Filme: Star Wars III - A vingança dos Sith).

45- Precisa romper a nuvem de mentiras que criaram em torno de você.(Filme: Star Wars III - A vingança dos Sith).

46- Se quiser entender o grande mistério deverá estudar todos os seus aspectos e não apenas a visão dogmática limitada. Se quiser se tornar um líder completo e sábio precisa ter uma visão mais ampla da Força.(Filme: Star Wars III - A vingança dos Sith).

47- Desde que conheci você, tem procurado uma vida melhor e maior. Uma vida que tenha um significado mais consciente.(Filme: Star Wars III - A vingança dos Sith).

48- O medo atrapalha o seu raciocínio.(Filme: Star Wars III - A vingança dos Sith).

49- Homens de visão foram ridicularizados ao longo da história.(Série: Smallville).

50- A coincidência é a explicação dos tolos e fracos.(Série: Smallville).

51- Se precisasse enfrentar a sua mortalidade acabaria avaliando as suas prioridades.(Série: Smallville).

52- Eu acredito que estamos no mundo por um motivo e nossa função é descobrir que motivo é este.(Série: Smallville).

53- Há sempre uma semente de verdade na loucura.(Série: Smallville).

54- Os pais sempre querem futuros que seus filhos rejeitam.(Série: Smallville).

55- Fraqueza não é um mal de nascença. Se aprende a ser fraco.(Série: Smallville).

56- O demônio se esconde nos detalhes. Se não der atenção a eles, eles vencem, eles te destroem.(Série: Smallville).

57- Você gasta muito tempo olhando para o passado. Precisa começar a olhar para o futuro.(Série: Smallville).