quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Mistérios do novo livro do polêmico Dan Brown
Bloqueio criativo o impede de concluir obra sobre a maçonaria
Ele escreveu O Código Da Vinci, que se tornou um dos maiores best-sellers da história. Como bis, Dan Brown está oferecendo um novo mistério literário, mas não o que seus fãs esperavam - que raios aconteceu com seu próximo livro? Quase cinco anos se passaram desde que o relato épico de Brown sobre segredos e artimanhas no Vaticano alcançou o topo da lista de best-sellers em todo o mundo, rendendo a seu autor estimados 125 milhões de libras (U$ 248 milhões).

Conversas sobre uma continuação começaram a surgir em 2004, quando a editora americana de Brown insinuou que um novo livro apareceria no ano seguinte. Desde então, Brown tem revelado que está trabalhando numa história sobre a influência da maçonaria em Washington D.C. em meados do século 19.

Robert Langdon, o aventureiro-erudito que foi interpretado por Tom Hanks no filme O Código da Vinci de 2006 deve retornar no novo romance que recebeu o título provisório de The Solomon Key (A Chave de Salomão). 'Pela primeira vez, Langdon se verá envolvido num mistério em solo americano', escreveu Brown em seu site no ano passado. Desde então, o silêncio foi quase total da parte de Brown, seu agente e seus editores sobre quando o livro poderia sair. 'Ele ainda não está programado', confirmou Alison Barrow da Transworld, a editora britânica de Brown. A editora americana de Brown, Doubleday, provocou uma nova onda de especulações na semana passada ao sugerir que Brown tinha 'uma data de lançamento muito precisa' em mente.

'Quando o livro for publicado, os leitores saberão o porquê', declarou Stephen Rubin, da Doubleday, ao The Wall Street Journal. A espera está sendo longa e frustrante para um livro que muitos editores dos dois lados do Atlântico esperam que preencha o vazio deixado por J.K. Rowling e o fim da série Harry Potter. Brown foi o escritor mais bem-sucedido na Grã-Bretanha em 2006, onde as receitas do Código e de três livros anteriores renderam 11,5 milhões de libras (U$ 23 milhões), segundo a Nielsen BookScan. Contudo, o inevitável desaquecimento das vendas de um livro com pelo menos 80 milhões de exemplares impressos reduziu a receita britânica de Brown no ano passado a 1,3 milhão de libras (U$ 2,5 milhões).

A falta de um sucessor para o que os editores chamaram de Da Vinci Lode ('Veio Da Vinci') provocou especulações de que Brown estaria sofrendo de bloqueio criativo ou teria encontrado problemas em sua pesquisa da maçonaria. 'Há exemplos famosos de autores que tiveram problemas com a continuação de um sucesso', observou John Sutherland, professor de literatura inglesa moderna no University College London e crítico do Sunday Times. Sutherland citou Margaret Mitchell, que não publicou mais nada após escrever ...E o Vento Levou, e J.D. Salinger, que após O Apanhador no Campo de Centeio produziu alguns contos e mais nada após 1965. Thomas Harris, autor dos romances policiais sobre Hannibal Lecter, precisou de 11 anos para produzir uma continuação para O Silêncio dos Inocentes.

Tem havido visões esporádicas de Brown realizando pesquisa sobre maçonaria e especulações na web de que ele está planejando fazer com os maçons o que O Código Da Vinci fez com a Opus Dei, a seita secreta do Vaticano. Akram Elias, grão-mestre da loja maçônica de Washington, disse em 2007 que Brown teve um contato com eles. 'Depois sumiu. Estamos esperando pelo seu livro, mas ninguém sabe o que ele vai dizer.' Na semana passada, Barrow insistiu em dizer que 'não era incomum' um autor ser lento no lançamento de um livro. Ela observou que Brown tivera muitas distrações, incluindo o caso judicial de plágio que ele venceu na Grã-Bretanha em 2006. Ela também esteve envolvido no filme do Código e numa versão cinematográfica a sair de Angels and Demons (Anjos e Demônios), um livro anterior.

'No que nos diz respeito, ele está trabalhando numa continuação e ela será publicada e nós a publicaremos', disse Barrow. 'Nunca há uma cláusula da editora estipulando que o romancista tem de entregar num certo tempo.' Circulam especulações de que a data-chave para o novo livro de Brown possa ser 4 de julho. Além de ser o feriado do dia da independência nacional dos EUA, foi em 4 de julho de 1848 que um grupo de maçons - entre eles o presidente George Washington - lançou a pedra fundamental do Monumento de Washington, o obelisco de 166,5 metros de altura que se ergue diante do edifício do Lincoln Memorial, do outro lado da rua da Casa Branca.

Brown disse numa petição legal em sua defesa da acusação de plágio que considerava escrever 'muito parecido com tocar um instrumento musical; requer prática constante e aperfeiçoamento da habilidade'. Pessoas do meio editorial conjecturaram na semana passada que ele pode estar obcecado para evitar os erros factuais que foram descobertos em O Código Da Vinci, ou que pode ter ficado embrenhado num esforço inútil para evitar uma crítica generalizada de que ele não é um escritor muito bom. 'Ou talvez o Vaticano possa ter enviado um esquadrão da morte', observou Sutherland.

TRADUÇÃO DE CELSO MAURO PACIORNIK
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A questão da responsabilidade maçônica
A questão da responsabilidade maçônica não pode ser tratada de modo simplista e sem base no fundamento filosófico.

Para entender melhor a questão vamos deixar as especulações de lado, procedendo a uma análise daquilo que constitui o visível: o corporativismo maçônico.

O corporativismo maçônico é algo real e notório, ainda que isto não esteja explicitado na legislação maçônica; portanto em nada adianta dissimular a questão na tentativa de minimizá-la. Um outro dia alguém disse que é perfeitamente possível conhecer a árvore através de seus frutos, em resposta a um maçom pouco preparado para combater o anti-maçonismo, e que dizia ser impossível conhecer a maçonaria sem ser maçom. E num trocadilho bem humorado argumentou-se que não era necessário se tornar uma maçã para conhecer a macieira.

Argumentar que o corporativismo é algo generalizado é algo válido, mas não invalida a existência do corporativismo maçônico, apenas destaca o fato de este não ser uma exclusividade da maçonaria, mas meu pai sempre dizia que o erro de um não justifica o erro de outro.

Pode-se também argumentar que a questão cai sob o manto das responsabilidades individuais, e que o corporativismo maçônico é uma prática comum apenas entre maçons que são 'bons amigos'. Mas será essa uma boa base de argumentação para eximir a maçonaria das responsabilidades dos atos cometidos pelos maçons?

Vejamos a mesma questão sob a luz da filosofia da Grécia antiga, analisando a morte de Epitímio de Farsália evocada por Plutarco: com efeito, em virtude de alguém, no pentatlo, ter atingido, sem querer, com um dardo, Epitímio de Farsália e o ter morto, Péricles consagrou um dia inteiro a interrogar-se se era, de acordo com a argumentação mais correta, o dardo, ou antes aquele que o lançara, ou os organismos dos Jogos, que haveria que considerar como causas do drama.

Três causas da morte de Epitímio podem ser invocadas, e igualmente legítimas segundo o ponto de vista adotado: para o médico, foi o dardo que causou a morte; para o juiz, foi quem o lançou; para a autoridade política, foi o organizador dos Jogos.

A lição deste fragmento mostra claramente que não importa a perspectiva que se adote, pois qualquer que seja o ângulo de visão, o dano causado por um maçom enquanto membro da maçonaria, não pode ser considerado como um ato isolado e completamente separado, quando este só é possível, como no caso do corporativismo maçônico, pela associação ao organismo maçônico.

Aegis

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